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Foto do escritorGabriel Sousa

Crítica | Anora (Festival Internacional de Cinema de Toronto - TIFF 2024)

O maior filme de Baker até agora combina sua clássica sutileza com uma rotina frenética

Foto: Divulgação


Estamos acostumados a assistir ao trabalho dramático e sutil nos filmes de Sean Baker, mas seu novo filme, mesmo ainda seguindo sua índole independente, consegue chegar ao nível das aventuras exuberantes de grandes estúdios, sem abandonar as essências do diretor. Anora, filme que conseguiu conquistar o júri de Greta Gerwig, levando a Palma de Ouro no Festival de Cannes, mostra a história de uma prostituta que se envolve romanticamente com um jovem russo, até que problemas surgem quando a família do jovem descobre o relacionamento entre os dois.


O filme, estrelado por Mikey Madison - cuja performance já foi comparada à de Daniel Day-Lewis em Sangue Negro e Gena Rowlands em Uma Mulher Sob Influência- talvez ainda não alcance o mesmo patamar dessas memoráveis atuações, mas, sem sombra de dúvidas, usa este filme para gravar seu nome na memória de todos os espectadores. Através da performance de Madison, vemos um mundo fantasioso no qual ela decide viver após ser enganada e manipulada. Ainda que exagerado em relação à nossa realidade, sua atuação nos permite trazer sua personagem para perto de nós.


O elenco também é composto por incríveis atores coadjuvantes, que, apesar de não terem tantos momentos para brilhar, elevam a história e ajudam Madison a criar momentos emocionantes e hilariantes. Mark Eidelstein, Darya Ekamasova, Vache Tovmasyan, Karren Karagulian e Yura Borisov são alguns dos nomes que compõem o elenco. Apesar de serem desconhecidos do grande público, todos foram grandes acertos de Baker, que merece crédito pela direção de elenco. Baker consegue unir nomes do cinema russo com comediantes americanos e Madison, cada um trazendo um elemento diferente ao longa.


O "sonho americano" do jovem russo não condiz com a realidade retratada nos outros filmes de Baker. Desta vez, assistimos ao completo oposto, com a história ocorrendo majoritariamente em Nova Iorque e Las Vegas. Baker consegue conduzir a narrativa de forma contínua, sabendo quando prolongar cenas e criando tensão através de um tom cômico.


Foto: Divulgação


Anora, ou como gosta de ser chamada, Ani, chegou para deixar sua marca. Por anos, veremos fantasias, estilos musicais e personalidades inteiras serem impactadas por este longa. Baker prova que o cinema independente pode ser grandioso e conquistar o grande público com poucos recursos, da mesma forma que Ani conquista o jovem russo.


Nota: 5/5

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