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Crítica | Babygirl

Foto do escritor: Gabriella FerreiraGabriella Ferreira

Filme se sustenta na excelente performance de Kidman, mas perde o foco e não empolga como thriller erótico

Foto: Divulgação


Lançado nesta quinta-feira, 9, nos cinemas brasileiros, Babygirl é um dos longas participantes da corrida do Oscar, muito sustentado pela atuação e pelo nome da atriz Nicole Kidman. Na trama, Kidman interpreta Romy, uma bem sucedida mulher de negócios, que comanda uma grande empresa no ramo de tecnologia. Casada com Jacob (Antonio Banderas), um diretor de teatro, e mãe de duas filhas, a personagem tem uma vida perfeita, sem maiores problemas. Até que, um dia, ela conhece Samuel (Harris Dickinson), um jovem estagiário de sua firma, que mexe com seus instintos pelo comportamento incomum.


Escrito, produzido e dirigido pela holandesa por Halina Reijn (também responsável pelo ótimo slasher Morte, Morte, Morte), Babygirl se vende como um thriller erótico, mas essa definição, na verdade, mais atrapalha do que ajuda, pois o filme não se equipara a outros filmes do subgênero e parece mais um drama com leve toques de erotismo do que qualquer outra coisa. E se em Morte, Morte, Morte, Halina utiliza-se do terror cômico para fazer uma crítica contundente com a performance das redes sociais, em Babygirl, ela fala de uma subversão das estruturas de poder que moldam as relações interpessoais — e como esse poder é cultivado, mantido e exercido, também por meio das relações sexuais.


Mesmo assim, o filme traz características cruciais dos thrillers eróticos da década de 40 e 50 com um roteiro com nuances melodramáticas, a trama coloca as preocupações de uma mulher moralmente ambígua em seu centro, mas falta algo ali para colocar o longa no patamar do gênero. As cenas mais eróticas não empolgam, podem ser bem coreografadas, mas nunca esquentam demais e falta aquela tensão sexual forte entre os protagonistas, por mais que os dois estejam muito bem em cena. 

Foto: Divulgação


E por mais interessante que essa dinâmica entre Romy e Samuel pareça no início, parece que o roteiro de Halina não chega onde ela de fato queria chegar. Seria Babygirl uma crítica ao patriarcado e como ele reduz as mulheres e seus desejos sexuais a segundo plano? Ou a tentativa é mostrar que mulheres no alto escalão de poder ainda querem ser submissas em quatro paredes? Não sei. Mas aqui a ideia não funciona por completo.


Mas Babygirl até que instiga. Muito em parte pela atuação de Nicole Kidman, que transforma o filme em algo além do que ele se propõe a ser, especialmente pela dualidade que ela imprime em sua protagonista. Harris Dickinson também está inspirado e tem boas cenas com Nicole. Outro ponto positivo no longa é a direção muito criativa de Halina Reijn, com planos muito interessantes e que conversam muito com a proposta de thriller que ela tentou passar, ornando muito bem com a trilha sonora forte e efusiva, que é bem presente durante todo o filme. 


A tentativa é válida, mas a impressão que fica é que Babygirl não alcança seu potencial. Uma pena para uma história que cai na confusão de seu roteiro, enquanto poderia ser um transgressor desta temporada de premiações ao tocar em assuntos tão relevantes para sociedade atual. 


Nota:3/5


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