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Foto do escritorÁvila Oliveira

Crítica | Back To Black

Cinebiografia não consegue definir seu objetivo e resultado é inexpressivo

Foto: Divulgação


O filme mostra desde o início da carreira de Amy Winehouse em Camden até os seus últimos dias e tenta resumir os altos e baixos (muito mais os baixos) da rápida e marcante passagem da cantora pela música.


Sempre abro meus textos com sinopses ou resumos, oficiais ou não, para evitar ao máximo entregar mais informações do que o necessário. E confesso que foi uma batalha conseguir juntar as palavras do parágrafo anterior, porque Back to Black não é uma homenagem, não celebra nada e pode ser uma péssima primeira impressão para toda uma nova geração que pode ter o primeiro contato com a artista através desse longa.


Back to Black é o nome do segundo álbum de estúdio de Winehouse e um dos mais cultuados discos das últimas décadas. Porém, apesar do filme ter o mesmo título, o foco não é o trabalho da cantora, e sim o relacionamento pra lá de tóxico com Blake Fielder-Civil que serviu de motivação para o álbum. Como sempre falo, recorte é fundamental para uma boa cinebiografia, saber exatamente o que quer mostrar facilita o compilado da vida de uma pessoa em alguns minutos. Mas mesmo com suas delimitações bem marcadas, o longa não decide se quer criticar, elogiar, questionar ou mesmo apresentar Amy Winehouse.

Foto: Divulgação


Uma produção que escolhe gastar a maior parte de seu precioso tempo listando os problemas de uma das maiores e mais influentes cantoras da história da música em vez de exaltar seus êxitos e conquistas se mostra apelativa, preguiçosa e sem interesse em construir uma imagem diferente daquela do senso comum. O roteiro não consegue ir além daquilo que os tabloides mostravam nas crises da inglesa e ainda assim usa várias frases de efeitos e músicas conhecidas para tentar dar sentimento e sentido ao que está apresentando.


A atuação mimética de Marisa Abela convence mais quando ela se esforça menos para parecer Amy, o mesmo problema apresentado por Kingsley Ben-Adir em Bob Marley: One Love, também desse ano. A direção de Sam Taylor-Johnson parece ter fetiche em reproduzir milimetricamente performances famosas da cantora no palco e gasta uma energia desnecessária que poderia ser revertida em momentos mais intimistas que dariam mais textura a atuação. De qualquer forma, Marisa canta bem e como cover tem um bom resultado.


O visual não é marcante, o texto não impressiona e o conjunto é completamente esquecível. É um filme que não se procura em se expressar de forma criativa e nem se arrisca a ponto de cometer grande erros, é tudo morno, sem embasamento e que em nada faz jus a genialidade, a personalidade e ao talento de Amy Winehouse.


Nota: 2,5/5



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