Filme infantil brasileiro abusa do didatismo para contar história inspirada em Greta Thumberg
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Nesta quinta-feira, 11, o longa brasileiro Chama a Bebel estreia nos cinemas de todo o país. Na história, Giulia Benite interpreta Bebel, uma jovem cadeirante que mora com sua mãe e o avô nas margens de uma rodovia no interior do Rio Grande do Sul que vê sua rotina mudar drasticamente quando se muda para a cidade grande para poder estudar em uma nova escola.
Bebel então entra em uma jornada de amadurecimento entre baixos e altos, onde enfrenta muitos desafios para tentar se adaptar a uma nova cidade, incluindo sua tia, que não parece gostar muito dela, estudantes populares do colégio e até um inimigo poderoso – um empresário da cidade que faz testes laboratoriais em animais. Inspirada na ativista ambiental Greta Thunberg, Bebel se torna uma líder na escola e seus projetos, mas algumas pessoas serão capazes de qualquer coisa para impedir a garota e seus aliados.
Dirigido e roteirizado por Paulo Nascimento, Chama a Bebel é a aposta da Paris Filmes deste mês de janeiro para atrair o público infantil aos cinemas. E, com uma história muito simples, a impressão que eu tive é que o roteiro abusa de um didatismo desnecessário ao tentar passar determinadas mensagens para os mais jovens. Por mais que traga temáticas importantes, essa enxurrada de informações torna a história maçante e repetitiva em alguns momentos.
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No tocante da parte mais técnica do longa, Giulia Benite (que interpreta a Mônica nos filmes de Daniel Resende) prova que é uma atriz muito talentosa, assim como os atores mais velhos. Mas, o talento de Benite não segura sozinha as cenas com os outros mais jovens, que não foram tão bem dirigidos e que entregam uma performance muito abaixo da sua protagonista. Um problema muito mais de direção de elenco do que de talento individual.
Chama a Bebel insere bem a questão PCD no filme sem estereotipar ou reduzir a sua protagonista a deficiência, o que é algo muito positivo para sua história. Porém, o reducionismo simplista ao seu próprio roteiro não ajuda ao longa, que mesmo com uma lição bonita no final, ao mostrar que a história se inspirou em alguns casos reais em escolas brasileiras, o saldo não é tão positivo e você termina o filme com a impressão de que assistiu um capítulo da novela Carrossel, por exemplo.
Ainda assim, talvez a história ressoe melhor no seu público-alvo. Sigo na esperança.
Nota: 2/5
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