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Foto do escritorGabriella Ferreira

Crítica | Daisy Jones & The Six (Minissérie)

Adaptação eleva a história do livro e aborda as nuances das relações humanas

Foto: Divulgação


É quase impossível ter acompanhado o universo literário nos últimos anos e não ter ouvido falar de Daisy Jones & The Six. A obra de Taylor Jenkins Reid foi publicada em 2019 no Brasil e conquistou uma legião de fãs em todo mundo e, seguindo a tendência atual de Hollywood, não demorou muito para a produtora Hello Sunshine (da atriz Reese Witherspoon) comprar os direitos do livro e anunciar uma adaptação em formato de minissérie pela Amazon Prime Video.


Depois de muita espera e adiamentos por conta da pandemia, Daisy Jones & The Six chega ao streaming a partir do dia 3 de março. Com seus três primeiros episódios sendo lançados de primeira e os dois últimos lançados no dia 24 de março, o público acompanhará a história da banda fictícia que, nos anos setenta, dominava as paradas de sucesso, fazia shows para plateias lotadas e conquistava milhões de fãs. Porém, no dia 12 de julho de 1979, no último show da turnê ‘Aurora’, eles se separaram e ninguém nunca soube por quê.


É com esse gancho narrativo do mistério que separou a banda mais popular da época que começamos a embarcar nessa história. Seguindo um formato de um falso documentário que mescla os flashbacks da década de setenta com entrevistas, nos anos 90, com membros da banda, familiares, produtores e jornalistas da época que discorrem sobre a história e o surgimento da banda e evidenciam o grande fenômeno que ela se tornou, se tornando quase uma figura mítica dentro da história do rock.

Foto: Divulgação


Nesses primeiros três episódios, Daisy Jones & The Six faz um excelente trabalho em introduzir seus personagens. Conhecemos Daisy e infância problemática, seu primeiro encantamento pelo mundo glorioso de Hollywood e entendemos o que fez ela se apaixonar pela música. Daisy é uma personagem muito complexa e repleta de nuances e vislumbrá-la desde o começo é fundamental para entender suas escolhas durante o resto da série. Também vemos os primeiros passos dos “Dune Brothers” e o processo para virarem o “The Six”.


Adaptada para a televisão por Michael H. Weber e Scott Neustadter, a minissérie consegue, ao mesmo tempo, seguir fielmente o material original e trazer um frescor de originalidade à história. Narrativamente, Daisy Jones & The Six faz boas escolhas criativas, fazendo com que as mudanças necessárias de uma adaptação não atrapalhem a jornada individual de cada personagem. A minissérie se aprofunda mais em algumas histórias de personagens coadjuvantes, por exemplo, dando um contexto ainda melhor para entendermos o mundo de sexo, drogas e rock’n’roll da década de setenta.


Um dos principais trunfos da produção é, sem dúvidas, as escolhas de elenco. Sam Claflin, um veterano de adaptações literárias para o público jovem, é um Billy Dune que luta constantemente com seus demônios internos e Sam consegue refletir isso muito bem nas telas com charme e uma sedução que só astros do rock poderiam ter (e ele também surpreende com uma voz incrível). Já Riley Keough, intérprete de Daisy Jones, vive o papel de sua vida. A personagem principal era descrita nos livros de uma maneira apoteótica, quase mística, tornando- se algo muito difícil de ser transposto para as telas, mas ela consegue de maneira brilhante. Também vale mencionar e destacar as ótimas performances de Camila Morrone, Suki Waterhouse e da brasileira Nabiyah Be.

Foto: Divulgação


Musicalmente, Daisy Jones & The Six tem um trunfo nas mãos. Todas as músicas cantadas na série, incluindo o álbum “Aurora”, também serão lançadas nas plataformas digitais. Com canções produzidas por músicos como Phoebe Bridgers, Madison Cunningham, Marcus Mumford, Jackson Browne e Blake Mills, a trilha sonora da série tem tudo para ser popular nas paradas de sucesso da vida real.


É incrível perceber como as letras conversam bem com os acontecimentos da série e que esses momentos musicais exalam originalidade e veracidade. É difícil assistir e não ficar se perguntando se Daisy Jones & The Six realmente existiu de verdade. Algo que contribui para isso é a excelente ambientação da série, que consegue nos transportar para a Los Angeles e Estados Unidos dos anos 70 de uma forma muito natural. Com uma fotografia muito atraente, a minissérie também é um deleite técnico com boas direções e roteiros episódicos muito consistentes.


Com dez episódios, Daisy Jones & The Six é uma história que tem todos os fatores necessários para se tornar o mais novo fenômeno nos próximos meses. A narrativa é envolvente, os personagens são cativantes, as músicas são viciantes e a junção desses elementos forma uma minissérie imperdível tanto para os fãs dos livros quanto para aqueles que não fazem ideia sobre a história da maior banda fictícia de todos os tempos.


E no fim das contas, a minissérie é realmente muito mais que contar o que aconteceu na formação, estrelato e separação da banda. Daisy Jones & The Six é uma história sobre relações humanas, sobre os altos e baixos da vida, sobre relações familiares e sobre o amor. E isso também é rock’n’roll.


Nota: 5/5

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