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  • Foto do escritorDavid Shelter

Crítica | Divertida Mente 2

Atualizado: 13 de jun.

Pixar revive o sentimento de missão cumprida

Foto: Disney/Pixar - Divulgação


Lançado em 2015, Divertida Mente ganhou o coração (e a mente) do mundo com bastante facilidade, tornando-se um fenômeno em bilheteria (858 milhões de dólares), e um marco orgânico na cultura pop. Quem nunca utilizou ou viu alguém fazer uso do termo “meus divertida mente”, né? Dirigido por Pete Docter, a animação também foi vencedora do Oscar da categoria, além de receber uma indicação em Melhor Roteiro Original em 2016, sendo o filme animado mais recente na categoria. Passados os anos, vem então o anúncio de uma sequência e o receio se a história conseguiria se manter com a qualidade de seu original, e, após finalmente assistir ao filme a frase mais acalentadora pode ser proferida sem qualquer traço de medo: Divertida Mente 2 é uma boa sequência!


Dirigido dessa vez por Kelsey Mann (O Bom Dinossauro), o filme nos apresenta a cinco novas emoções: Ansiedade, Inveja, Vergonha, Tédio e Nostalgia. Riley está prestes a entrar na puberdade e tudo em sua vida está prestes a mudar, então sua mente se torna um caos já pouco antes das novas emoções tomarem conta, quando elas entram em ação, o pandemônio reina, e todas as mudanças ao redor da personagem tomam uma dimensão ainda maior do que deveria, trazendo grandes aventuras para os nossos velhos conhecidos; Alegria, Tristeza, Nojinho, Medo e Raiva. De antemão: sim, temos resposta para a pergunta que tanto soou após a revelação de novas emoções em uma adolescente de 13 anos, “mas se há novas emoções nela, e elas são as mesmas em todas as pessoas, onde estão essas 5 na cabeça dos pais da Riley?” Mas eu não vou contar, o que posso dizer é que foi dada uma explicação.


Meg LeFauve é a única roteirista que retorna para esse, dessa vez ao lado de Dave Holstein. O trabalho textual continua impecável, diálogos rápidos, piadas no timing certo, sentimentalismos bem encaixados, e uma sensação de algo muito bem feito. A trilha sonora acompanha o desenvolvimento de Riley, e vai evoluindo junto com sua história, com adições de músicas que casam com o momento pelo qual ela está passando. O visual é excelente, e é muito gostoso de poder ver e sentir as texturas utilizadas no trabalho de animação, e as técnicas variadas mostradas naquela hora e meia, com direito até a personagens de PS1 que trazem ainda mais graça a uma comédia já ótima.

Foto: Disney/Pixar - Divulgação


A ironia de uma cabeça comandada por um grande painel de controle estar descontrolada na maior parte do tempo é um dos melhores detalhes que o longa traz. Passa-se cada minuto com aquela sensação de urgência e perigo, mas tudo bem equilibrado com muitas doses de risos fáceis. Com um tom ligeiramente mais leve, e ainda assim eficiente, o filme se monta sobre vários aspectos de seu anterior sem ser repetitivo. São utilizados muitos artifícios e conceitos já conhecidos para trazer familiaridade à trama e apresentar conceitos novos que fazem sentido em terem sido criados, e não apenas uma facilitação no roteiro, além de uma resolução bem orquestrada e até melhor elaborada que a do seu original.


O grande trunfo da animação é utilizar coisas corriqueiras para se conectar ao público, trazer a Ansiedade como uma personagem mais espaçosa foi uma decisão muito certeira, que se mostra uma ideia extremamente genial ao decorrer do longa. A maneira como eles utilizam essa emoção tão perturbadora de maneira mais cômica não tira o peso das consequências que ela gera. Apesar da não existência de vilania, é trabalhado um antagonismo inicial que vai de forma gradativa escalonando de uma maneira que gera uma compreensão ao seu fim. Não é apressado e eles sabem como pisar em cada degrau até chegar ao seu ápice.


Por fim, após uma sequência de filmes lançados sem grande apelo nos cinemas, a Pixar decidiu que era hora de mostrar seu nome mais uma vez. Não sabemos se foi o caso de utilizar um título já conhecido e amado para conseguir a atenção do público de maneira mais fácil ou não, mas o importante é que eles acertaram. Divertida Mente 2 é a melhor sequência do estúdio e um respiro de alívio a todos os amantes dessas emoções tão queridas.


Nota: 4,5/5

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