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  • Foto do escritorÁvila Oliveira

Crítica | Elite (7ª temporada)

Mais uma temporada da Malhação espanhola com novas abordagens e velhos problemas

Foto: Divulgação


Começa mais um ano letivo em Las Ensinas com rostos conhecidos e novos rostos. Iván (André Lamoglia) está se recuperando do seu atropelamento e tendo que lidar com a suspeita de que seu ex-namorado que se mudou com as irmãs seja o principal suspeito pelo acontecido. Isadora (Valentina Zenere) se mostra disposta a deixar os dramas do passado para trás e assumir os negócios da família. Além de novos personagens e novos dramas que dessa vez não estão interligados por um grande único grande acidente ou crime.


Cá estou (estamos?) pelo sexto ano consecutivo para mais uma temporada do drama adolescente de maior sucesso dos streamings. Seguindo a cadência da temporada anterior, a sétima temporada é mais sóbria do que as anteriores e traz com seus novos personagens problemas palpáveis e próximos da realidade como saúde mental, suicídio e dá continuidade a outros que deixaram ganchos na temporada anterior como violência à mulher e o uso de drogas.


A falta de um cadáver ou de um grande suspense que ligasse todo o elenco deu mais espaço para os dramas individuais se desdobrarem, o que em alguns casos funcionou e outros não. Os personagens de Iván e Isadora, vividos pelo brasileiro André Lamoglia e pela argentina Valentina Zenere assumiram o protagonismo como acontece com todo o elenco mais veterano. Mas o arco de Iván não tem mais qualquer razão de existir, o roteiro tenta tirar leite de pedra para segurar o ator no elenco, e André se esforça para dar sentido ao personagem sem rumo. E falando em veteranos um dos pontos positivos da sétima temporada é o retorno de Omar, que agora é o único personagem remanescente do elenco original. Omar volta como estagiário do Las Ensinas que está desenvolvendo um aplicativo onde os alunos com problemas relacionados à saúde mental possam pedir ajuda anonimamente.

Foto: Divulgação


Outros destaques são os atores Gleb Abrosimov e Mirela Balić cujos personagens conseguem resgatar a intensidade das primeiras temporadas. Entre as aparições menores a presença de Maribel Verdú é um dos melhores. Quem também se destaca apesar de ter uma participação pequena, mas com relevância considerável no arco de alguns personagens, é a brasileira Anitta. Surpreendentemente sem se envolver com ninguém, ela se mostra à altura (e as vezes superior mesmo) do elenco principal e se sai bem melhor que seus últimos trabalhos como cantora.


Nunca vou me conformar com o quão mal aproveitada é a personagem Rocío, interpretada pela belíssima e talentosa Ana Bokesa. Desde a temporada passada ela não possui um arco próprio e bem consolidado, servindo apenas de suporte para outros cujos enredos ficam sendo requentados para render pouco desenvolvimento.


A Netflix aplicou uma intertextualidade com Sangue e Água, série teen sul-africana que está indo para sua quarta temporada. A personagem Fikile (Khosi Ngema) foi para a Espanha num intercâmbio de minutos que motivou a futura de participação de Iván na temporada vindoura da série africana. No mais, é incrível a constância que o programa mantém desde seu início, é o mesmo estilo na técnica e na estética: montagem confusa cortes em profusão. O que se repete também são as soluções rápidas e bem genéricas para resolver problemas que duram por mais de uma temporada. São grandes gestos usado como catarses gritantes.


Elite já foi confirmada para sua oitava e última temporada. Bem ou mal, essa é uma das séries mais influentes da Netflix mundialmente falando, e sustentou seu público até aqui fazendo o arroz com feijão que todos esperavam, algumas vezes com mais tempero do que outras, mas que satisfez o imaginário jovem por anos. Estamos falando de uma série que chegou a ter mais uma temporada no mesmo ano. No entanto não há como fazer vista grossa pro desagaste que a repetição e os excessos causaram pra própria narrativa unificada do programa. De novo, você não vai numa churrascaria querendo comer pizza, então para quem segue acompanhando a novela essa talvez seja uma das temporadas que abordou melhor alguns temas importantes e se mostrou madura (isso falando desde a terceira temporada que foi quando houve a maior mudança no elenco original e no texto base). O resto é o de sempre.


Nota: 2,5/5

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