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  • Foto do escritorÁvila Oliveira

Crítica | Elite (8ª Temporada)

Sem fôlego e cansativa, a série encerra com uma de suas temporadas mais descartáveis

Foto: Divulgação


Em sua última temporada, os irmãos Omar e Nadia se reecontram. A chegada dos irmãos Emilia e Héctor Krawietz, líderes da associação de ex-alunos Alumni, abala os alicerces da escola. Influentes, poderosos e corruptos, os Krawietz causarão estragos por onde passarem e destruirão a vida daqueles que caírem em suas redes. Só Omar poderá enfrentá-los e estará disposto a fazer qualquer coisa para vê-los cair, porque, em última análise, representam o que sempre houve de errado em Las Encinas.


Elite é, até então, a série original Netflix de maior longevidade. Em suas 8 temporadas, o drama adolescente passeou entre suspenses de “quem é o assassino” num colégio da alta classe espanhola onde todo ano morria alguém, alunas andavam seminuas, os chuveiros eram usados como motel e os alunos passavam a maior parte do tempo em festas do que em salas de aulas. Os fãs não reclamavam, e eu achava bastante divertido até se tornar monótono.


Boa parte dos espectadores acha que a Elite original, com todo seu glamour, tesão e tensão acabou com a temporada 3, para mim ela durou até a 5. Foi quando todos os nomes remanescentes do elenco original se despediram e a série buscou um recomeço por assim dizer. Em parte, funcionou. Os novos atores e novos personagens conseguiram trazer frescor em alguns arcos que foram sorteados com um texto melhor do que outros. Mas a verdade é que o formato, que foi junto com o elenco responsável por arrastar a série até onde chegou, já não impressionava, e por mais que sempre houvesse quem fosse assistir (eu), já não havia mais propósito de existir.


E é chato dizer que foi desperdiçada uma chance de ouro de encerrar em grande estilo. A temporada 8 se encerra como uma temporada simples e fraca, sem evocar um grande fechamento para o fenômeno que Elite virou. Falta a empolgação e a relevância que o material um dia já teve (seja lá qual for e para quem for). Não são todas as séries que têm a oportunidade de conseguir um número farto de temporadas e saber qual delas será seu capítulo final. Elite conseguiu isso, mas preferiu não ir além do que já vinha fazendo nos últimos anos em que vinha definhando.

Foto: Divulgação


Para o bem e para o mal tudo segue o mesmo. O roteiro passa longe de ser sutil, os erros de continuidade gritam em cena, os vínculos entre os personagens não mudam, os personagens não mudam, os estereótipos não mudam, é o velho ciclo vicioso. A autoconsciência do texto funciona apenas quando brinca e cutuca que aquilo tudo talvez já esteja ultrapassado, que talvez eles estejam velhos demais. Por vezes as repetições soam como metapiadas (e talvez sejam mesmo) e essa era mais uma grande chance que a série tinha de romper com o seu comodismo, afinal o absurdo sempre fez parte deste universo, por que não então direcionar esses absurdos para novos sentidos? Ainda dava para tentar, foi a última tentativa.


Mas não, os personagens seguem com motivações tão ridículas e repetidas que até mesmo os nomes do elenco que já entregaram bons e marcantes momentos na série parecem também já não ter mais qualquer vontade de estar fazendo aquilo tudo de novo mesmo que seja de forma derradeira. Até mesmo a volta da personagem Nadia não causa impacto no consumado destino da produção e em seu ritmo automático e sem impulso.


As postagens das redes sociais da série dão um tom de despedida e homenagem que os roteiristas sequer se importaram de exercer. O final deixa passar a brecha de um autolouvor bem comum em séries que longa duração (o que serie bastante clichê, mas tire os clichês e Elite some) e parece querer na verdade esquecer seus melhores dias. Talvez eu estivesse depositando muitas expectativas neste fechamento e achasse que viria algo grande quando tudo indicava o contrário, mas de qualquer forma ficam os bons momentos e as boas lembranças de algo que começou muito bem, porém em seus instantes finais já não tinha mais fogo algum. Infelizmente.


Nota: 2/5

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