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  • Foto do escritorVinicius Oliveira

Crítica | Enola Holmes 2

Sequência mantém o espírito despretensioso do primeiro filme e apresenta um caso mais elaborado

Divulgação: Netflix


Lançado em 2020, Enola Holmes foi um enorme sucesso para a Netflix, adaptando os livros infanto-juvenis de Nancy Springer e trazendo a estrela Millie Bobby Brown em um papel bem diferente da sua Eleven de Stranger Things: munida de inteligência, carisma, humor e uma propensão a quebrar a quarta parede, a personagem permitiu a Brown explorar novos lados dos seus talentos de atuação. Dito isso, era inevitável que uma sequência fosse produzida, e esta chega agora para mostrar que em time que está ganhando não se mexe.


O longa traz praticamente o mesmo time do primeiro – além de Brown, tem-se os retornos de Henry Cavill, Helena Bonham Carter e Louis Partridge no elenco, além do diretor Harry Bradbeer e o roteirista Jack Thorne –, também adotando uma estrutura parecida que aponta para poucos riscos ou mudanças. Isso não quer dizer que não haja certas diferenças: beneficiando-se de não precisar apresentar seus personagens principais, aqui já temos desde os primeiros minutos Enola se engajando na investigação do sumiço de uma jovem que trabalha em uma fábrica de fósforos e que pode estar relacionada a um grande escândalo político, um caso que aos poucos se conecta com um que seu famoso irmão Sherlock (Cavill) está investigando.


Embora as conexões dos casos dos dois irmãos de início não soem muito convincentes, elas funcionam mais conforme o filme avança. O roteiro de Thorne consegue tornar o mistério principal ao mesmo tempo intrincado e acessível, ainda que a identidade do antagonista principal possa ser telegrafada a quilômetros de distância a partir de certo ponto. Além disso, o longa consegue dialogar com a realidade ao trazer o núcleo das empregadas na fábrica de fósforos, que é inspirado num evento real ocorrido em Londres em 1888. Os temas da emancipação e sufrágio femininos, já introduzidos no primeiro filme, retornam com maior força aqui, embora sua apresentação seja oscilante, por vezes recaindo em diálogos dolorosamente expositivos e óbvios.

Divulgação: Netflix


Essas falhas narrativas se estendem à reapresentação de personagens como Eudoria Holmes (Helena Bonham Carter) e até mesmo Lorde Tewkesbury (Louis Partridge). É perceptível que os personagens não têm muito o que fazer aqui, embora no caso de Tewkesbury o personagem se sustente na sua química com Enola. Esta, mais uma vez, é o coração e a alma do filme, graças à capacidade de Brown de dominar cada cena em que aparece e trazer aquela aura espirituosa e despretensiosa que fez do primeiro filme tão bem-sucedido. Além disso, outro acerto do roteiro se dá por trazer sua parceria com Sherlock para o primeiro plano; embora a interpretação de Cavill para o maior detetive de todos os tempos não vá figurar entre as mais memoráveis do cinema, é calorosa e atraente o suficiente para construir uma ótima dinâmica com a protagonista.


Ainda que apostando na manutenção dos pontos fortes do primeiro filme, Enola Holmes 2 traz algumas diferenças que o distinguem e permitem ser uma evolução em relação ao seu antecessor, ainda que não sem suas falhas. Não deixa de ser, porém, um filme que cumpre o que promete: embora longe ser de o único atrativo para os méritos do longa, a atuação de Millie Bobby Brown é o que eleva a franquia, e a julgar pela introdução de alguns personagens aqui, não demoraremos a ver um terceiro filme.


Nota: 3,5/5

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