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Foto do escritorGabriella Ferreira

Crítica | Está Tudo Bem Comigo?

Longa traz história honesta e verdadeira sobre a autodescoberta como LGBTQIAP+

Foto: Divulgação


Lançado na última semana na Max, o longa Está tudo bem comigo? era esperado por bastante tempo pelo público que acompanha festivais de cinema. Em 2022, ele foi aclamado por vários críticos no Festival de Sundance, mas demorou para conseguir distribuição. Agora, quase dois anos depois, acompanhamos a história de Lucy e Jane, duas melhores amigas que se conhecem durante a maior parte de suas vidas e acham que sabem tudo o que há para saber uma sobre a outra. Mas quando Jane anuncia que está se mudando para Londres, Lucy revela um segredo pessoal guardado há muito tempo: ela é lésbica. Enquanto Jane tenta ajudar Lucy a se descobrir como LGBTQIA+, a amizade das duas se transforma em caos.


Protagonizado por Dakota Johnson e dirigido por Tig Notaro e Stephanie Allynne, o longa de 1h27 não tenta propor nada muito inovador em seu roteiro. Lucy é uma jovem adulta que não consegue se conectar com nenhum homem e sofre para se identificar como mulher lésbica para si mesma e para os outros. Esse momento doloroso da protagonista é bem representado por Dakota, que entrega uma atuação muito convincente e forte em muitos momentos, provando sua versatilidade como atriz em projetos mais alternativos.


Diferente de Lucy, que se torna para os espectadores uma personagem muito identificável, sua amiga Jane já causou o oposto dos sentimentos em mim. Com decisões extremamente egoístas, Jane é uma personagem irritante em alguns momentos e inclusive atrapalha o desenvolvimento da protagonista. Devo dizer que me peguei pensando algumas vezes que o filme e a história de Lucy andariam melhor sem a presença de Jane em muitos momentos. Acredito que esse foi o ponto que mais me gerou incômodo enquanto assistia, mesmo com as duas atrizes possuindo bastante química em cena.

Foto: Divulgação


Está tudo bem comigo? embarca nessa dualidade de conflitos sobre ser quem você é e o medo que você sente ao assumir esses sentimentos. Misturando um pouco de humor ácido com essas reflexões mais humanas sobre ser uma mulher lésbica na atualidade, o filme trabalha muito bem essas questões, numa jornada de descoberta de uma jovem mulher de 32 anos que possui dificuldade em se abrir para o novo e que se sente nervosa e ansiosa a maior parte do tempo. O roteiro do longa leva em consideração esses sentimentos e nos traz uma protagonista que, acima de tudo, quer encontrar a felicidade.


Neste mês do orgulho, relembramos sempre diversas obras protagonizadas por pessoas LGBTQIAP+. Muitas delas apelam para a violência, para mostrar as situações agressivas que a população está sujeita a enfrentar todos os dias. Já outras, seguem a vertente da comédia ou apelam para o drama para nos causar um impacto. Mas, existem obras como Está tudo bem comigo?, que busca tratar o assunto da forma mais cotidiana e autêntica possível, sendo uma história que deixa o coração mais quentinho do que nos fazer derramar lágrimas, por exemplo. É uma história de autodescoberta, de amizade e das reflexões que a experiência humana de viver nos causa todos os dias.


Nota: 3,5/5

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1 Comment


Callango Nerd
Callango Nerd
Jun 27

Gostei de sua análise. Assisti ao filme nesse fim de semana e também gostei da obra.

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