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Foto do escritorÁvila Oliveira

Crítica | Ghostbusters: Apocalipse de Gelo

Sequência requenta o pouco de originalidade dos capítulos anteriores

Foto: Divulgação


Nesta continuação da franquia Ghostbusters, a família Spengler retorna para onde tudo começou: a famosa estação de bombeiros em Nova Iorque. Eles pretendem se unir com os caça-fantasmas originais que desenvolveram um laboratório ultra secreto de pesquisa para levar a caça aos fantasmas a outro nível, mas quando a descoberta de um artefato antigo libera uma grande força do mal, os Ghostbusters das duas gerações precisam juntar as forças para proteger suas casas e salvar o mundo de uma segunda Era do Gelo.


O primeiro filme dos famosos caça fantasmas de 1984 surgiu como uma paródia, uma sátira muito bem humorada de filmes sobrenaturais sem qualquer vergonha ou delimitação, como a Hollywood dos anos 80 fazia bem. Até mesmo a primeira continuação, de 1989, já mostrou um desgaste em relação ao bem executado efeito surpresa que o original tinha apresentado, mas ainda assim cumpriu seu papel de, por assim dizer, encerrar o arco dos personagens que facilmente caíram no gosto popular.


De lá pra cá a franquia virou quadrinhos, animação, brinquedos, e vários outros itens de mercado para fazer o dinheiro render, como Hollywood sempre fez bem. Em relação aos filmes, em 2016 houve um reboot, uma versão feminina voltada bem para a comédia escrachada; e em 2021 foi lançado Ghostbusters - Mais Além, produção que retomava o universo dos longas dos anos 80, com seus personagens clássicos, mas liderado por novos nomes. Ghostbusters: Apocalipse de Gelo é a continuação do filme de 2021. Mas diferente do anterior, esse já não consegue mais surpreender. Todos os personagens aqui já são conhecidos do público e isso facilita a dinâmica do texto, porém, faz parecer que falta conteúdo novo para motivar a narrativa para além do efeito nostalgia vazio. E falta mesmo.

Foto: Divulgação


Os poucos bons momentos são garantidos pelo carisma do elenco que trabalha na mesma frequência e tem um timing bem compartilhado no humor. E também pela agilidade da filmagem. A escolha de fazer uma aventura mais cartunesca, mais colorida, mais cafona e mais descompromissada com outros vieses que não seja a comédia ou ação (o filme de 2021 exercita mais o suspense). O quase romance sobrenatural entre uma das protagonistas e uma fantasma é o que tenta dar algum sentimento ao enredo, no entanto, é sufocado pela quantidade de informação repetida.


Além dos antigos e novos personagens serem os mesmos, o cenário volta a ser Nova Iorque, o prefeito volta a ser um obstáculo, as piadas são as mesmas, as referências são repetidas... é literalmente tudo o que já foi feito de forma requentada e – trocadilhos à parte – sem vida.


Nota: 2/5

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