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  • Foto do escritorÁvila Oliveira

Crítica | M3GAN

O novo brinquedo assassino do cinema é engraçado, inteligente e nada sofisticado

Divulgação: Universal Studios


A história de M3GAN gira em torno de Gemma (Allison Williams), uma engenheira que trabalha numa empresa de brinquedos projetando possíveis lançamentos inovadores para o mercado. De repente ela se vê obrigada a mudar toda sua rotina e estilo de vida para cuidar de Cady (Violet McGraw), sua sobrinha que fica órfã após um acidente de carro. Mas a presença de Cady no seu cotidiano faz com que Gemma consiga inspiração para desenvolver M3GAN (Amie Donald), uma boneca robô que busca compreender e se adaptar às necessidades do seu dono e usuário principal. Porém a relação da boneca com a criança vira uma dependência desregulada que abala a estrutura familiar e traz consequências para quem se envolve com elas.


A cena de abertura do filme é uma sátira escrachada que dá o tom de comédia ácida no qual o filme se desenvolve. Além disso, o filme é um suspense de ficção científica, e incrivelmente consegue equilibrar tudo isso sem deixar cair nada. M3GAN ironiza o consumismo, os limites de interação da tecnologia e das inteligências artificiais, a sociedade do consumo e o fetichismo da mercadoria na pós-modernidade.


O uso da ficção científica em vez do sobrenatural – como tem-se visto nos mais famosos brinquedos de terror no cinema – faz com que o filme não precise contar com a fé do espectador para comprar a ideia e o aproxima mais ainda da proposta. M3GAN não é o primeiro filme sobre a revolta das máquinas contra a humanidade e duvido que seja o último, mas a roupagem usada no roteiro adaptando às funcionalidades contemporâneas faz com que ele perca o distanciamento distópico da realidade presente na maioria das ficções científicas.

Divulgação: Universal Studios


O filme é muito caricato. Algumas falas, enquadramentos e até mesmo a trilha sonora poderiam ser mais sofisticado e menos óbvios, mas a verdade é que isso afetaria a breguice proposital que distingue o filme de outros do gênero. O diretor Gerard Johnstone sabe brincar com o que tem em mãos ao mesmo tempo que testa os extremos desse brinquedo das maneiras mais variadas e criativas. A jovem atriz Violet McGraw é responsável pelos momentos mais emotivos e compenetrados do filme, enquanto a outra jovem atriz, Amie Donald, equilibra com irreverência e extravagância nos trejeitos, golpes e danças presentes em uma das melhores performances físicas de humanização de robôs até hoje.


M3GAN soube como se celebrar, e não ironicamente conseguiu entender seu público, se vender e se estabelecer como marca, antes, durante e depois do filme. O contraditório carisma da boneca que conquistou a audiência somado ao recorte atual em que se estabelece fazem da produção um clássico instantâneo no gênero, e certamente duradouro.


Nota: 4/5

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