Nova série adolescente da Netflix acerta ao apelar para a nostalgia
Foto: Divulgação
Não é segredo para ninguém que eu sou um grande entusiasta do gênero teen e quando vi o trailer dessa, logo me animei. Não por achar que ia ser uma grande série, mas por enxergar ali vários elementos que fizeram sucesso em outras produções no passado. No primeiro episódio já tive uma decepção e a experiência foi péssima. A trama simplesmente jogada na tela, um texto ruim e uma direção que não sabia muito bem o que fazer com seus inúmeros personagens mal apresentados. Se a Netflix aprovasse séries pelo episódio piloto, provavelmente esse aqui não chegaria à nossa tela. Apesar da horrorosa primeira impressão, resolvi ver mais um e senti uma leve melhora, que me fez ver o terceiro e aí sim eu consegui enxergar a série que ela poderia ser: uma despretensiosa diversão nostálgica.
Após uma grande tragédia familiar, Jackie (Nikki Rodriguez) se muda de Nova York para uma pequena cidade no Colorado, onde vai morar com a família Walter, porque sua mãe foi uma grande amiga de Katherine (Sarah Rafferty), a matriarca e é acolhida por ela e seu marido George (Marc Blucas). Jackie dividirá o teto com mais DEZ irmãos, mas seus olhos se direcionam logo para Cole (Noah LaLonde) e Alex (Ashby Gentry). Na escola, faz alguns amigos como Grace (Ellie O’Brien) e Skylar (Jaylan Evans), mas também alguns inimigos como Erin (Alisha Newton), a ficante de Cole. Somente citando alguns dos personagens de mais destaque para ressaltar mais um problema que é o excesso. São muitas pessoas para que o roteiro dê conta em apenas dez episódios e com isso temos algumas tramas bem desinteressantes sendo mostradas, e ainda que possuam carisma, a maioria dos atores deixa a desejar. Se tivessem os característicos 22 episódios das séries que ela quer espelhar, tudo bem, haveria tempo, mas não é o caso aqui e isso pesa contra.
Foto: Divulgação
Evidentemente, o que norteia a narrativa é o triângulo amoroso. Jackie tem química tanto com Cole quanto com Alex, e cabe ao telespectador decidir seu lado. Mesmo que faça parecer que há chance para Alex, o bom moço, o enredo sempre dá um jeito de mostrar que o coração de Jackie balança mesmo é por Cole, o bad boy. Os três são construídos da forma mais clichê possível e eu não digo isso de maneira negativa porque era o que eu esperava. Ela é uma típica patricinha da cidade grande quando se muda para o interior e tem todo aquele choque cultural. Alex, como falei, é o irmão bom, certinho e que age conforme as regras. O contrário de Cole, que não é exatamente mau, porém é mais rebelde, digamos assim e é sempre comum que esses tipos chamem mais atenção da mocinha. Joey e Pacey, Elena e Damon, Veronica e Logan, Brenda e Dylan, são inúmeros os casos que podem ser citados, mas o que não significa que na eventual 2ª temporada Alex não terá mais chance. Ainda há muita água para correr.
Mesmo com os problemas citados, ‘Minha Vida com a Família Walter’ é gostosa de se assistir, quando consegue contornar parte deles e mostrar a que veio. A atmosfera das séries adolescentes dos anos 2000 está muito presente ali em uma cidadezinha, nos personagens, na rivalidade feminina que pode se transformar em uma amizade no futuro, no triângulo amoroso, episódios temáticos de feriados com barracos entre familiares e por aí vai... não faltam elementos calorosos que fazem a produção ser facilmente assistível, principalmente neste período de final de ano, onde produções que não exigem muito de você ganham mais espaço. Passa longe de ser inovadora ou revolucionária e ela nem tem pretensão de ser, mas se você, assim como eu, estava com saudade de séries assim, essa aqui vai suprir o vazio e aquecer seu coração.
Nota: 3/5
Comments