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  • Foto do escritorFilipe Chaves

Crítica | Ninguém Quer (1ª temporada)

Veronica Mars e Seth Cohen em uma série de comédia romântica? Nem precisava ser tão boa, mas é

Foto: Divulgação/ Netflix


Quando foi anunciada, eu já estava vendido só por saber que seria estrelada por Kristen Bell e Adam Brody, dois atores que adoro por ter acompanhado na adolescência Veronica Mars e O.C.: Um Estranho no Paraíso, duas das minhas séries teen favoritas. E quem conhece os dois sabe que Veronica e Seth formariam um belo casal e Ninguém Quer só comprova isso, mesmo com personagens diferentes. Aqui, Kristen é Joanne, uma mulher solteira que tem um podcast com a irmã Morgan (Justine Lupe), onde falam sobre suas desventuras românticas e sexuais. Já Adam faz o papel de Noah, um rabino que acabou de sair de um longo relacionamento. Os dois se conhecem em um jantar na casa de uma amiga em comum e o interesse é mútuo, mesmo com tantas diferenças já visíveis, mas a barreira religiosa pode impedir que as coisas entre eles evoluam.


Criada por Erin Foster, é uma comédia romântica com todos os clichês possíveis e isso não é uma coisa ruim, pela maneira como eles são apresentados. Mesmo seguindo por caminhos previsíveis, a série tem um texto ágil, moderno e esperto, que sabe utilizar referências com dinamismo, fazendo do humor um de seus maiores trunfos, através do exagero e do sarcasmo. Bell e Brody têm um excelente timing cômico, e além, claro, de uma química maravilhosa que deixa impossível não torcer pelo casal. Ambos os personagens têm semelhanças com outros que já interpretaram, mas eles têm talento e carisma suficientes para se diferenciar. O fato de o empecilho principal do casal ser a religião é uma das coisas que mais me agrada porque traz uma certa inovação dentro do gênero. Claro que há uma ex na jogada, mas Noah sabe bem que é Joanne quem ele quer, no entanto o judaísmo tem algumas regras mais rígidas, e claro, a mãe dele, que não facilitam o envolvimento dele com uma shiksa (uma mulher mundana, digamos assim, em hebraico).

Foto: Divulgação/ Netflix


Além do casal principal, os excelentes coadjuvantes elevam o nível da série. Justine Lupe, a Willa de Succession, está excelente como Morgan e Timothy Simmons, o Jonah de Veep, fantástico na pele de Sasha, o irmão bobão de Noah. Eles até brincam que são “os irmãos derrotados”, o que é mais um clichê, mas clichês são clichês porque funcionam e aqui não fogem à regra. Sasha é também o marido dominado de Esther, papel de Jackie Thorn, que está muito bem como a megera da vez, por ser amiga de Rebecca (Emily Arloock), mas que Joanne vai conquistando também aos poucos. As mães, devo dizer, também são outro achado. Bina é a mãe de Noah, que, obviamente não aceita seu filho com uma mulher tão livre quanto Joanne e tem algumas sacadas maravilhosas. É quase uma vilã que a gente adora odiar, graças ao talento de Tovah Feldshuh. Com um pouco menos de destaque temos Lynn, mãe de Joanne, que rouba a cena sempre que aparece por ser meio alheia a tudo de um jeito maravilho e que Stepahanie Faracy consegue fazer com maestria.


São dez episódios facilmente devoráveis que parecem até menos por conta do formato Netflix, onde um termina e outro já começa, sem parecer fim de nada, mas apenas um corte de uma cena para outra, ainda que seja uma pouco episódica. Há uma leveza na trama que a deixa muito gostosa de se assistir e a construção do relacionamento é um tanto crível, ainda que rápida, mas condiz com o desenvolvimento dos personagens, porque parecia ser tudo que eles necessitavam naquele momento da vida. Há pouca complexidade envolvida e poderia ter mais para enriquecer a série, mas às vezes tudo que a gente precisa depois de um dia difícil é torcer para um casal e dar boas risadas. Ninguém Quer é justamente isso e não tem pretensão de ser mais. Há potencial para muitas temporadas e espero que elas venham, só não demorem dois anos para chegar. O que já é ótimo ainda tem espaço para amadurecer.


Nota: 4/5

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