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  • Foto do escritorDavid Shelter

Crítica | O Gabinete de Curiosidades (1ª temporada)

Apesar da qualidade na produção, série falha na execução de suas histórias

Divulgação: Netflix


Guillermo Del Toro é um dos cineastas mais respeitados da atualidade tanto pelo público quanto pela crítica, dono de dois Oscars por ‘A Forma da Água’, já foi indicado pela academia 6 vezes no total, por seu trabalho em ‘O Beco do Pesadelo’ e o aclamado ‘O Labirinto do Fauno’, além de outras premiações. Em ‘O Gabinete de Curiosidades’ ele assina como produtor e showrunner de todos os oito episódios, deixando a direção nas mãos de diversos nomes que ele vai apresentando no início de cada um. A série antológica, onde cada episódio retrata uma história diferente, aborda o terror de diferentes formas e tem uma premissa interessante em cada um deles, falhando apenas no mais importante em algumas delas; a execução.


A série tem um elenco bastante diversificado e com alguns nomes bem conhecidos, como Ben Barnes, Rupert Grint, F. Murray Abraham, Eric André, Ismael Cruz Cordova e o maravilhoso Dan Stevens, dentre outros mais. Esse leque de opções abre possibilidades para personagens se destacarem mesmo que seu episódio não seja atrativo, como é o caso de Grint em ‘Sonhos na casa da bruxa’, e não só pelo seu passado, mas por que já se provou um ator talentoso e versátil, como é possível ver também em ‘Servant’. Além dele, outros que se destacam são Ben Barnes, que protagoniza ‘Modelo de Pickman’, e Dan Stevens, que apesar do pouco tempo de tela, consegue ser marcante em ‘Por Fora’.


Apesar do texto fluido, a série consegue se arrastar e gerar tédio maçante no telespectador em diversos episódios. O que mais é afetado por esse defeito talvez seja ‘O Murmúrio'', o último episódio, que tem uma lentidão absurda para desenvolver seu enredo, causando quase uma letargia em que consegue superar seus anteriores e chegar a ele. Outros que geram sensação de cansaço sem uma “recompensa” de plot que cause real espanto são ‘Lote 36’, ‘Sonhos na casa da bruxa’ e ‘A Inspeção’. O único grande destaque provavelmente é ‘A Autópsia’, que tem uma trama equilibrada que consegue cativar a atenção com facilidade, além de um final satisfatório.

Divulgação: Netflix


‘Ratos no Cemitério’, não chega a ser um dos piores, mas está longe de figurar os melhores da lista, mesmo que tenha uma segunda parte com ação e urgência, o seu início é desestimulante. O mesmo serve para ‘Por Fora’, que se destaca pela sua previsibilidade e que mesmo assim não chega a ser um dos piores. Quanto à direção, os que conseguem se sair mais bem sucedidos são David Prior (A Autópsia), Keith Thomas (Modelo de Pickman) e Ana Lily Amirpour (Por Fora). Com méritos aos outros que tentaram entregar um trabalho minimamente decente.


Ignorando todas as falhas, podemos apreciar o cuidado técnico em toda a série. Com efeitos bem executados, ela entrega momentos de terror realmente bons, com destaque para o sensacional efeito do rato monstruoso em ‘Ratos de Cemitério’. Além desse ponto, temos também uma direção de arte bacana e figurinos que condizem com seus respectivos momentos. Tem uma trilha que valsa bem, mas sem chegar a ser um destaque, e uma fotografia que oscila entre boa e regular, que funciona melhor em alguns episódios, mas sem se tornar um defeito gritante.


Para finalizar, ‘O Gabinete de Curiosidades’ não marca seu território nessa última temporada de halloween, e nem é um grande destaque em séries do gênero, mesmo conseguindo ser melhor que suas concorrentes (dentro do próprio streaming). Ela encerra deixando um gosto ácido em quem consegue terminá-la, e uma tristeza por ter sido criada por uma mente tão genial quanto a de Del Toro e vindo com uma execução tão falha.


Nota: 3/5

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