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  • Foto do escritorÁvila Oliveira

Crítica | Os Fantasmas Ainda Se Divertem

Sequência sabe quem quer agradar e aproveita isso ao máximo

Foto: Divulgação


Beetlejuice está de volta! Depois de uma tragédia familiar inesperada, três gerações da família Deetz voltam para casa em Winter River. Ainda assombrada por Beetlejuice, a vida de Lydia vira de cabeça para baixo quando sua filha adolescente rebelde, Astrid, descobre a misteriosa maquete da cidade no sótão, e o portal para a vida após a morte é acidentalmente aberto. Com problemas em ambos os reinos, é apenas uma questão de tempo até que alguém diga o nome de Beetlejuice três vezes, e o demônio travesso volte para levar ao mundo seu próprio estilo de caos.


Depois de uma sequência de filmes bastante irregulares na última década, o diretor Tim Burton parece ter acertado o passo mais uma vez e não foi fazendo nada de extraordinário, foi entregando o arroz com feijão do final da década de 80 que consolidou seu estilo. Essa na verdade é uma produção que em tudo lembra a mais ‘Sessão da Tarde’ das produções, é um longa que sabe o alvo que quer atingir e se desenha ao redor disso, goste quem gostar.


E essa delimitação de público talvez seja algo que tenha faltado para os últimos longas do premiado cineasta californiano. Não que ele seja o mais refinado dos diretores e que precise de uma contemplação específica para apreciar seus trabalhos, mas ele conseguiu definir seus espectadores com sua estranheza pop envolvendo temas lúgubres de formas criativas e inusitadas e sempre com um visual marcante, parceria do designer de produção Bo Welch com o diretor de arte Tom Duffield. E isso vinha perdendo espaço para resultados inexpressivos e cada vez mais sem personalidade e sem ânimo.

Foto: Divulgação


Michael Keaton retorna em seu icônico papel e consegue surpreender com mais ritmo, dinamismo e timing para as incontáveis piadas. E é louvável que uma ator consiga reencenar um personagem tão cheio de trejeitos, décadas depois, sem repetir mecanicamente tudo que teve de positivo na primeira atuação. As carismáticas Catherine O’Hara e Winona Ryder também reprisam suas personagens do primeiro filme com soltura e um descompromisso que é característico do roteiro.


Não tente procurar lógica ou razão no texto, porque mesmo o filme de 1988 não possui um alicerce argumentativo que o justifique, mesmo assim, a estrutura criada em cima, com os recursos estéticos e com o elenco afiado, consegue se manter de pé e até mesmo se impor. A continuação segue assim, com um roteiro que sai do nada e vai para lugar nenhum – por mais que haja longos diálogos que parecem falar mais do que o necessário – mas com uma jornada bem divertida no meio.


Burton mistura gêneros, usa animação, usa efeitos práticos, usa efeitos digitais, explora com cores e formas, brinca com música, e o resultado é irreverente, absurdo e ridículo, no melhor sentido.


Nota: 3,5/5

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