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Foto do escritorMatheus Gomes

Crítica | Sorria

Atualizado: 9 de out. de 2022

O terror estrelado por Sosie Bacon cumpre seu papel.

Divulgação: Paramount Brasil


No mundo todo, o sorriso é associado à alegria e bons sentimentos. Em “Sorria”, novo filme do diretor Parker Finn, essa lógica é subvertida: o que deveria ser um sinônimo de cordialidade é, aqui, transformado em um artifício para causar medo. Assim, contando com uma premissa interessante, “Sorria” chega aos cinemas com a promessa de honrar o gênero de horror e assustar de verdade quem assiste. Mas será que consegue cumpri-la?


A trama segue Rose Cotter (Sosie Bacon), psiquiatra que trata transtornos psíquicos de pacientes da ala emergencial, majoritariamente voltados ao trauma recente. Após presenciar uma paciente recém chegada tirar a própria vida, a médica começa a ser perseguida por uma entidade que se manifesta através de sorrisos aterrorizantes no rosto de pessoas próximas.


O enredo é simples. Já vimos premissas parecidas em filmes como Verdade ou Desafio, A Entidade e, principalmente, Corrente do Mal. Marcando sua estreia nas grandes telas, o diretor Parker Finn não esconde as fontes que influenciaram o filme, que também teve roteiro assinado por ele. Por isso, há um condicionamento na experiência de quem assiste, já que algumas das linhas narrativas trazidas em ‘Sorria’ remetem bastante a seus predecessores, fazendo transparecer uma certa falta de personalidade por parte do longa.

Divulgação: Paramount Brasil


Porém, ainda é preciso dar o devido crédito ao filme em alguns aspectos. Isso porque, mesmo com toda essa bagagem em torno de si, Parker Finn consegue trazer sua marca através da criação de uma atmosfera sinistra eficiente, muito bem aproveitada por sua protagonista (Sosie Bacon). A atriz (que, assim como Finn, é uma estreante) encarna com propriedade seu papel e entrega uma interpretação formidável.


Assim, a combinação dos maneirismos do diretor e a interpretação de Bacon, que incorpora uma personagem à beira do colapso, são eficazes em concretizar a proposta do filme, que é justamente a linha tênue entre o que é realidade e o que não é. Nessa lógica, o longa conta com sequências realmente tensas, deixando o espectador vidrado e ansioso para ver como vai terminar.

Divulgação: Paramount Brasil


Claro, não tem como dizer que o 'Sorria' é uma revolução do cinema de horror, por que não é. Isso se deve ao fato de que, muito embora o terror venha se reinventando nos últimos anos através de algumas produções formidáveis, ainda é difícil evitar que esses filmes – principalmente os voltados ao grande público – não recaiam nos grandes clichês do gênero.


No geral, mesmo não tendo uma história inovadora, o filme permanece na média e entrega resultados satisfatórios, trazendo um elenco competente e um bom aparato técnico. Com isso, sem muitas novidades, mas com o papel cumprido em ser um terror que, de fato, assusta, ‘Sorria’ faz valer o seu ingresso.


Nota: 3,5/5

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