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Foto do escritorÁvila Oliveira

Crítica | Terrifier 3

Deixando oficialmente a lógica de lado, sequência quer mais é que tudo se exploda

Foto: Divulgação


Após sobreviver ao massacre de Halloween do Palhaço Art, Sienna (Lauren LaVera) e seu irmão Jonathan (Elliott Fullam) lutam para reconstruir suas vidas despedaçadas. No entanto, justo quando pensam que estão seguros, Art (David Howard Thornton) retorna, determinado a transformar sua alegria natalina em um pesadelo.


A lógica e a continuidade não são os pontos mais fortes das infinitas franquias de terror que perpassam décadas, afinal, o psíquico, o extraterrestre, o vírus e o sobrenatural não têm prazo de validade; e os assassinos em série sempre conseguem novos seguidores para perpetuar seus legados. E isso é o suficiente para justificar os mais absurdos roteiros que servem, na maioria das vezes, de fraco alicerce para o grande atrativo que são os sustos, o sangue, o gore… as sensações em detrimento de uma narrativa bem estruturada. E a cadeia de filmes Terrifier não faz diferente, na verdade ela, com o terceiro filme, assume que tá ali para (tentar) chocar, para (tentar) fazer sorrir e a história – que mistura um pouco de tudo que foi citado acima – quem quiser que compre. A suspensão de crença aqui tem que ir além de uma mínima base racional, porque o texto não explica nada, não desenvolve nada e quer que o espectador apenas aceite uma enxurrada de informações que não se conectam de forma alguma, mas que no roteiro parece fazer todo o sentido.


Confesso que já tive meus altos e baixos com o icônico palhaço Art, interpretado sempre com muita empolgação por David Howard Thornton. O filme de 2016 me divertiu mais pelo tom irônico e cômico do que pelo espetáculo sanguinolento de baixo orçamento. O filme de 2022 me fez questionar se o "humor" fazia valer a pena eu estar passando por toda aquela nojeira que beira o preocupante. E agora o terceiro consegue passar apático mesmo com mais mortes, mais sangue e ainda "bem-humorado". 

Foto: Divulgação


A temática de Natal deu uma nova roupagem, literalmente, para Art e isso abriu um leque de novos absurdos a serem cometidos que o cineasta Damien Leone explora ao máximo. Não vou ser hipócrita em dizer que algumas das aguardadas (?) cenas de morte e tortura são tão explícitas e bem construídas visualmente que me deixaram sem qualquer reação e que dei algumas risadas aqui e acolá tamanho o nível de maluquice que o palhaço e sua Arlequina espalham por onde passam. No entanto, num panorama de um longa-metragem com duas horas de duração, nem mesmo esses momentos conseguem manter o foco quando os outros personagens são desinteressantes e pouco parecem somar para o enredo.


Lembrei do meu texto sobre o segundo filme em que finalizei falando sobre as quase certas continuações por anos a fio dado o sucesso que o personagem conseguiu com uma base fiel de fãs. E dessa vez não vou me meter a falar que já tivemos o suficiente afinal não sou o maior aficionado pelo gênero e se os apaixonados não se incomodam, por mim, está tudo certo; mas vou arriscar dizer que deveria haver um espaço maior entre o terceiro e um possível quarto longa, para que as ideias se assentem melhor e para que as surpresas planejadas consigam de fato surpreender, porque atualmente Leone parece se divertir mais do que o público, pelo menos mais do que eu.


Nota: 2/5

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