Daisy Edgar-Jones brilha em adaptação que não consegue expressar a mesma profundidade da obra de Delia Owens.
Divulgação: Sony Pictures
Lançado no início de setembro no Brasil, o longa Um Lugar Bem Longe Daqui adapta uma história muito conhecida no meio literário mundial. A obra de mesmo nome da escritora americana Delia Owens figurou no topo de mais vendidos nos Estados Unidos e no Brasil desde a sua publicação em 2018, e, principalmente após a atriz Reese Witherspoon indicá-lo em seu clube do livro.
Por ter gostado tanto da obra, Reese, por meio da sua produtora de cinema ‘Hello Sunshine’, desenvolveu a adaptação da obra trabalhando também como produtora. O longa foi dirigido por Olivia Newman e tem o roteiro de Lucy Alibar.
Na história, Kya (vivida por Daisy Edgar-Jones de ‘Normal People’) é uma menina que vive sozinha em uma casa no meio de uma floresta pantanosa após ser abandonada por toda sua família. Tentando sobreviver, Kya amadurece e fica atraída por dois diferentes jovens que moram na cidade, e, após um deles morrer, ela é considerada a principal suspeita.
Divulgação: Sony Pictures
É nesse cenário que somos apresentados a uma trama que mescla presente e passado em sua narrativa, tentando contar a história inteira da jovem ao mesmo tempo que desenvolve um mistério sobre quem morreu e o que aconteceu para tal fato. Ao navegarmos pela história de Kya, somos apresentados a uma perspectiva de muito sofrimento que envolve abandono, preconceito, negligência e violência doméstica. Mesmo com uma temática forte, o filme não abusa tanto de cenas gráficas e foca em desenvolver sua protagonista e seus anseios.
O principal problema do longa é o tempo. O livro de ‘Um Lugar Bem Longe Daqui’ é repleto de camadas e um filme 2h05 não parece dar conta de todas elas. Toda a história parece um pouco superficial, em especial, o envolvimento de Kya com os dois meninos, mostrando que a adaptação, talvez, funcionasse melhor em uma minissérie.
Divulgação: Sony Pictures
Um destaque do longa é a fotografia que consegue mesclar bem a dualidade da da década de 60 e em um espaço onde a natureza se mistura com tons esverdeados do musgo e das cores do pântano com o azul do mar e dos detalhes da cidadezinha portuária. Também é impossível não elogiar a excelente atuação de Daisy Edgar-Jones que prova, mais uma vez, que possui grandes chances de se tornar uma das principais atrizes da nova geração.
Encerrando com a música ‘Carolina’ da Taylor Swift, ‘Um Lugar Bem Longe Daqui’ é uma experiência agradável nas telas mas indiscutivelmente mais profunda e bela nas páginas. Com ‘Cicatrizes permanentes, marcas essenciais, azuis como a vida da qual ela fugiu’, a voz da Taylor parece ancorar bem a história de Kya.
Nota: 3/5
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