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  • Foto do escritorVinicius Oliveira

Crítica | Upgrade: As Cores do Amor

Longa entrega o feijão com arroz das comédias românticas, e é tudo que precisamos

Foto: Divulgação


Tenho acompanhado com um sorriso nos lábios o renascimento das comédias românticas no cinema, após um período de ostracismo na década de 2010. Os streamings, inclusive, têm sido um dos principais meios de sustentabilidade do gênero, conforme apontado aqui no Oxente, Pipoca?, e por isso não é nenhuma surpresa ver um filme como Upgrade – As Cores do Amor ver a luz do dia apenas através do lançamento no Prime Vídeo. Trata-se de uma obra que faz o básico do básico no que se refere a uma comédia romântica, mas acerta as notas necessárias para nos cativar.


O longa segue Ana Santos (Camila Mendes), uma trainee de uma renomada galeria de arte que sonha em ter sua própria galeria e sustento, apesar das dificuldades atuais. Quando ela consegue impressionar sua ameaçadora chefe Claire (Marisa Tomei), esta a recruta para ir com ela a trabalho para Londres, porém num voo diferente. Viajando de primeira classe graças à boa ação da atendente da companhia aérea, Ana conhece William (Archie Renaux) e acaba posando como a diretora da galeria para impressioná-lo, sem imaginar que essa pequena mentira vai escalonar como uma bola de neve, afetando tanto sua vida pessoal quanto profissional.


Na superfície, é perceptível como Upgrade – As Cores do Amor toma emprestado diversos elementos de outros filmes consagrados, dentro ou fora do gênero das comédias românticas. A dinâmica de Ana e Claire nos remete imediatamente a O Diabo Veste Prada, enquanto a construção do casal formado pela mocinha estadunidense e o mocinho inglês me fez logo lembrar das obras estreladas por Hugh Grant, como Quatro Casamentos e um Funeral, Um Lugar Chamado Notting Hill e Letra e Música. Até mesmo o fato da protagonista assumir uma mentira que interfere na vida do seu par romântica tem ecos em Enquanto Você Dormia, de Sandra Bullock.

Foto: Divulgação


Mas sinceramente, do que importa? A comédia romântica não é exatamente conhecida por sua reinvenção, logo o que importa é como cada filme se apropria dos elementos básicos do gênero para trazer sua própria identidade. Em um mundo de produções em larga escala cada vez mais saturadas, é refrescante uma obra que se ampara tão bem no star quality de seu elenco, e nesse sentido Camila Mendes mostra que tem um caminho promissor no gênero, trazendo uma personagem carismática e por quem é fácil torcer, mesmo em suas burradas e trapalhadas. A química que ela e Renaux exalam é fácil e gostosa de comprar, mas surpreendentemente, são suas interações com Tomei (um tanto afetada, mas nada que comprometa) e Lena Olin (que vive a excêntrica mãe de William) que acabam se sobressaindo.


Upgrade – As Cores do Amor não reinventa a roda das comédias românticas, mas isso pouco importa quando pega os lugares-comuns do gênero e os executa da maneira correta. É uma obra básica e com muitos elementos vistos em outros filmes melhores e mais memoráveis, mas nos encanta pela simpatia, charme, humor e química do casal principal. Afinal de contas, para que ser disruptivo se tudo que queremos é um bom romance em tela?


Nota: 3,5/5

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