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  • Foto do escritorDavid Shelter

Crítica | Vidas Bandidas (Minissérie)

Quando nem o crime e nem a produção compensam

Foto: Divulgação/ Star-Disney+


De uns dois anos para cá tomei a iniciativa pessoal de assistir, ou pelo menos tentar, todas as séries nacionais lançadas pelos streamings. Algumas não consegui levar para frente após achar o piloto muito desempolgante, mas cerca de 90% das que me propus, eu vi até o fim pelo menos da temporada inicial, por mais que eu tenha achado fraca por alguma razão. Outra coisa que me propus a fazer por volta de 2020, foi não ler mais sinopse ou ver trailers antes de assistir algum produto novo, na maioria das vezes é algo recompensador, pois, torna a experiência incrível, mas, o risco de se viver perigosamente, é que nem sempre dá sorte, e acabo topando em algo como Vidas Bandidas.


A minissérie estreou em 21 de agosto no Disney+ como um Star Original, com direção geral de Gustavo Bonafé e roteiro assinado pelo mesmo em parceria com Rubens Marinelli, Walter Daguerre e Gabrielle Siqueira, baseada na ideia original veio de Mariano Cohn e Gastón Duprat, dois cineastas argentinos que foram diretores de criação de Desejos S.A., outra série Star lançada em 2024. No elenco temos nomes muito conhecidos, como Juliana Paes, Tomás Aquino, Tatsu Carvalho, Rodrigo Simas, Otávio Müller e Maria Bopp, conta também com Larissa Nunes, Larissa Bocchino, Larissa Bracher e Murilo Sampaio.


Para não partir para as agressões sem antes dar o contexto; a história gira em torno de três personagens: Raimundo, Serginho e Bruna, todos envolvidos em bandidagem, como o título já declara. Raimundo (Tomás Aquino) e Serginho (Rodrigo Simas) são uma dupla de ladrões que tentam a sorte grande numa festa em alto-mar gerida por Bruna (Juliana Paes), que é uma chefona criminosa. Tudo dá errado e a partir daí se inicia uma corrida de ódio e vingança entre essas três figuras.


Enquanto escrevia pensei em iniciar com “o grande problema é...”, só que ela não tem um grande problema apenas, ela inteira é O grande problema. Contando com apenas 4 episódios, essa foi a produção mais corrida e apressada que já assisti, e não apenas pela pouca quantidade de capítulos, mas pela falta de desenvolvimento em sua trama. Cada episódio parece um grande resumo de si próprio, como se fosse um trailer gigante preparando o telespectador para o que está por vir, só que aquilo já é o porvir. O seu início atropela diversas informações importantes com tanta pressa que, quando se nota, o piloto já acabou.

Foto: Divulgação/ Star-Disney+


Não costumo e nem gosto de desvalidar a existência das produções como chegam até o público, no entanto, essa em específico dá uma sensação muito presente de que aquela história foi gerada como um filme, e por alguma razão foi picotada e transformada em minissérie. Caso ela tenha sido planejada desde o início já como algo episódico aí o problema fica ainda maior. Ela tem uma premissa interessante, e a personagem Bruna tinha um potencial muito bacana para se usar com calma e dar uma desenvoltura bem orquestrada. Contudo, o que acontece é que não há tempo para o telespectador se conectar com nenhuma daquelas pessoas que são apresentadas, não há um bom desenvolvimento para nenhum dos personagens, é só um grande jogo de informações que são lançadas uma após a outra. Não dá tempo de absorver a história, não há uma trama bem detalhada que traga empolgação, e por mais que as atuações não sejam ruins em boa parte do tempo, elas jamais conseguiriam salvar algo que aparentemente já foi concebido para ser um fracasso.


Além do pouco tempo para contar o drama daqueles três, ainda há o problema da montagem, que encaixa cenas que ficam completamente deslocadas do restante da história, tentativas de gracinhas e levezas que não cabem ali naquele tempo. Alguns momentos em que há uma intenção de trazer emoção à tela, mas que sucumbe violentamente ante à terrível decisão de não elaborar melhor o seu roteiro raso e sua direção que deixa a desejar. A trilha sonora passa despercebida e a direção de fotografia parece ter sido feita só pela necessidade de haver uma.


No fim de tudo, a sensação que toma conta é a de que você estava diante de um prato repleto de comida, mas quando se aproximou, era, na verdade, aqueles enfeites de cera das casas dos nossos avós. É uma minissérie vazia e sem qualquer profundidade, sem preocupação em entregar qualidade ou de levar seu público a sério. O ponto alto é somente o seu elenco que tenta, mas não consegue salvar o que não tem salvação. É uma pena.


Nota: 1,5/5

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