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Foto do escritorGabriella Ferreira

Entrevista | Diretor e ator de “13 Sentimentos” falam da importância e representatividade do longa

Daniel Ribeiro e Arthur Volpi conversaram com exclusividade com o Oxente, Pipoca?

Divulgação


Nesta quinta-feira, 13, chegou aos cinemas brasileiros o longa “13 sentimentos”. Dirigido por Daniel Ribeiro e protagonizado por Arthur Volpi, o filme traz a história de João (Artur Volpi), um homem gay de 32 anos que recém saiu de um relacionamento que durou mais de 10 anos. Agora, ele está buscando formas de preencher a lacuna deixada com o encerramento desse ciclo da sua vida, buscando novas experiências no romance, no sexo e até na vida profissional. 


Em conversa com o Oxente, Pipoca?, o diretor Daniel Ribeiro e o ator Arthur Volpi discorreram sobre algumas das questões importantes levantadas pelo longa que fazem parte da vida cotidiana de vários brasileiros. Seja se relacionando romanticamente por meio das redes sociais ou pela complexidade das relações amorosas no mundo atual, as experiências pessoais foram fator determinante para a criação da história. “Foi a minha falta de experiência (risos) na verdade.  Esse personagem tem um pouco disso, né? Assim como ele, eu também terminei um relacionamento de dez anos e entrei nesse mundo de conhecer pessoas nos aplicativos. Acho que sou parecido com o personagem nesse sentido, essas conversas sem profundidade acabam não me atraindo tanto assim. Essa experiência, que não foi uma experiência tão padrão, acabou resultando no filme”, disse. 


Já Arthur Volpi, intérprete de João, se reconhece no personagem através do humor. “Fui identificando algumas similaridades com o João ao longo do meu processo de preparação do filme. Também me vejo neste local que o Dani falou, de ser um pouco resistente a essa primeira conexão via aplicativos. Prefiro me relacionar mais com pessoas que eu já tenho uma proximidade, uma intimidade. Também tem a questão do temperamento, o João usa o humor como um mecanismo de defesa em situações desagradáveis ou desconfortáveis, fui identificando isso em mim também e acabei trazendo para interpretação do personagem”, explica. 


“13 Sentimentos” demarca bem sua existência em um Brasil pós-pandêmico e em um país após quatro anos de um governo repressivo com os direitos da população LGBT. “A gente filmou em abril de 2023. Acho que a gente já estava respirando aliviado e o filme tem essa energia. A pré-produção foi antes da eleição e era um momento que a gente ainda estava entendendo o filme. Talvez se tivesse sido outro resultado na nas urnas, eu não sei qual seria a energia desse filme, talvez seria diferente. Talvez ele fosse menos esperançoso, menos otimista. Acho que “13 Sentimentos” trouxe uma energia muito positiva, é um pouco do que a gente espera do Brasil atual”, reflete o diretor Daniel Ribeiro. 


“Além de ser um filme LGBT, ele traz uma leveza dentro desse universo, algo muito positivo e esperançoso. Nós sentimos isso durante a gravação e acho que acabou se refletindo no resultado do filme. A gente espera reverberar dessa forma também nas pessoas que assistirem, convidamos todos a ir ao cinema, tenho certeza que vocês vão se identificar com algum personagem ou com as situações vividas por eles”, completa Arthur. 


“É um filme que dá para assistir com namorado, ex-namorado, sozinho, com os amigos, dá pra encontrar um amor no cinema (risos). É um filme que te deixa com o coração quentinho, tanto pra você que está apaixonado, quanto pra você que está com o coração partido”. 


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Hoje eu quero voltar sozinho e próximos projetos


Daniel Ribeiro, responsável também pelo aclamado “Hoje eu quero voltar sozinho” (2014) falou da relação do seu longa anterior com seu mais novo lançamento. É meio que uma trilogia que eu estou fazendo agora. Tem “13 Sentimento”, tem “Hoje eu quero voltar sozinho” e tem “Amanda e Caio”, que será o meu próximo filme. Os três colocam uma lupa sobre várias fases de um relacionamento: o começo, o meio e o fim e um recomeço. É sobre crescimento”.


“Nós filmamos “Amanda e Caio” em março desse ano, um filme que traz um elenco 100% trans e fala sobre um casal de 20 e poucos anos que estão indo morar juntos, tem um futuro todo planejado e a realidade da vida começa a se transformar e eles se separam. É um filme dramático mas que a gente também dá risada e se identifica. Tenho algo curioso porque nunca imaginei que meus filmes fossem engraçados, mas, em uma das primeiras exibições do meu primeiro longa “Café com leite”, que pra mim é um grande drama, muito sério, as pessoas gargalhavam em determinados momentos. Então eu acho que sempre tem humor na forma como eu crio esses filmes. Mas sem dúvidas, “Amanda e Caio” é o mais dramático dos três”. 


Para Arthur, que era adolescente na época do lançamento de “Hoje eu quero voltar sozinho”, os filmes de Daniel representam uma companhia durante o crescimento. “Vim de uma geração mais nova e me identifiquei, lá em 2014, com o “Hoje eu quero” e agora também já me vejo nessa posição de identificação com o João. É muito gostoso ver os filmes acompanhando as nossas fases da vida também”.  




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