OP? conversou com diretora, Sook-Yin Lee e elenco sobre a adaptação da famosa e polêmica HQ
Foto: Divulgação
Vim parar no jornalismo de entretenimento depois de me aventurar em alguns sets de filmagem e ser sufocada pela grande ansiedade que todo aquele ambiente gera. Ego de atores, silêncio demandado pela equipe de som, luzes capazes de te cegar enquanto te matam de calor. E, é claro, a demanda emocional da narrativa. Trabalhei em pouquíssimos projetos: uma comédia sobre a relação entre um recém-casal e a sogra; uma ficção meio abstrata sobre luto; uma animação sobre solidão contemporânea… Em nenhum desses fui diretora. Em nenhum desses fui roteirista. Em todos esses, em algum nível, a história me atravessou emocionalmente.
Imagina agora dirigir e roteirizar uma história que (1) é sua, (2) sobre a vida sexual do seu ex-namorado e (3) tendo ele como protagonista. Nas minhas mãos, seria a receita do desastre e do ansiolítico. Mas nas mãos de Sook-Yin Lee, se tornou um dos filmes mais interessantes que já vi em algum tempo.
Antes das atrizes Emily Lê e Andrea Werhun entrarem na nossa sala de reunião, conversei exatamente sobre isso com Lee. Talvez percebendo meu nervosismo por conduzir uma entrevista em outra língua, puxa assunto comigo perguntando o que faço da vida. Comento sobre minha formação de cinema e minha frustração nos sets, confessando que “não sei como [ela] conseguiu”. Em uma sala bagunçada com um enorme violoncelo atrás, digna de uma residência habitada por uma artista, ela ri e parece não entender bem do que estou falando. Conta que, assim como nos meus curtas, não teve um orçamento considerável, precisando gravar em sua própria casa, que também foi o local real onde se passou a história que inspirou Paying for It. Porém, ao contrário de mim, ela não parece lamentar esses desafios – ao contrário, percebo um certo prazer. Percebo duas coisas: a primeira é que eu realmente não nasci para fazer cinema; a segunda, é que Sook-Yin Lee nasceu.
A canadense é descrita em sua página da Wikipédia como “artista multimedia”, e bem pudera. Já trabalhou como cantora, compositora, apresentadora de rádio e tv, atriz, roteirista e diretora. Foi nessa vida de artista que conheceu Chester Brown, cartoonista e ex namorado de Lee.
O casal terminou o relacionamento, em 1996, mas seguiu morando junto, (na mesma casa que serve como locação principal do filme). Testemunhando as desilusões de Lee e seus novos parceiros, Brown decide que não daria mais chances ao romance, ou, mais especificamente, às amarras que vem com ele. Mas seu desejo por sexo se manteve. Depois de um tempo em celibato, resolve deixar de lado as vergonhas sociais e se aventurar com prostitutas locais. Logo toma gosto pela coisa e passa a advogar pela superioridade da relação prostituta-cliente entre seu grupo de amigos.
Quando, em 2009 Victor Malarek publica “The Johns: Sex for Sale and the Men Who Buy It”, que retratava o cliente de prostituição de forma negativa, Brown escreve a graphic novel “Paying for It: a comic strip memoir about being a john” em resposta (no Canadá, os clientes de prostitutas são chamados de “johns”, nome masculino genérico, tal como o cliente na percepção da profissional). A publicação atraiu tanto prestígio quanto polêmica, e em 2022 foi anunciado que seria adaptado para filme – com direção da ex-namorada que começou isso tudo.
Sook-Yin recebe Emily Lê (que dá a vida a Sonny Lee, personagem inspirada em Sook-Yin) e Andrea Werhun (Yulissa, uma das prostitutas com quem Brown se relaciona) na reunião com um largo sorriso e perguntas sobre suas rotinas agora e fase de divulgação do filme. É a minha primeira experiência observando em primeira mão o contato com atores e roteiristas de longas-metragens internacionais e certamente não era o que eu esperava. Muito menos rigidez hierárquica e muito mais calor humano do que se ouve por aí. Aquele ego de atores que comentei aqui não parece existir. As três gentilmente tentam me incluir na conversa. Como um john, em frente a mulheres tão estimulantes, eventualmente me sinto confortável para chegar aos finalmentes da minha razão ali. Começamos a entrevista.
Foto: The Globe and Mail
Aianne: Certo, então, primeiro de tudo, para Sook-Yin, onde termina o quadrinho que inspirou o filme e onde começa a vida real de Chester Brown no filme? Porque é uma mistura de ambos, certo?
Sook-Yin Lee: Sim, sim, sim. O livro em si é incrível. É uma graphic novel incrível.
Aianne: Ainda não li, mas já comprei na Amazon. Está chegando.
Sook-Yin: Ok, ótimo. Bem, de muitas maneiras, é um tratado político. Não é apenas uma memória de eventos reais da vida dele, mas grande parte do trabalho dele tem o propósito de ter uma política muito distinta. Eu vejo esse como um manifesto político pela descriminalização do trabalho sexual consensual. Então, quando o livro dele foi lançado, e isso foi depois de termos estado juntos, achei tão interessante. Eu adorei. Quero dizer, acho que ele é um dos contadores de histórias mais brilhantes do mundo, e adorei o que ele estava tentando transmitir. Tem tantas paralelas com a política LGBTQ, a política das pessoas de cor, os direitos humanos e os direitos das trabalhadoras do sexo.
Perguntei a ele se eu poderia adaptar para um filme, e ele disse: “Claro, se você quiser”. E eu pensei que seria tão fácil. Eu pensei: “Aqui estão os desenhos dele. Parece um filme pequeno de qualquer forma, então, sabe, vou apenas transpor o que ele tem”. E então foi como, “Oh meu Deus”. É uma graphic novel, não é um filme. É episódico. Meio que divaga por todos os lados. Não tem necessariamente um arco de filme. Filmes são muito diferentes. Chester foi muito cuidadoso em proteger a privacidade das trabalhadoras do sexo que ele visitou, e também muito cuidadoso com a privacidade de seus amigos, incluindo a mim, em sua graphic novel, há pouqíssimos detalhes. E ele estava realmente transmitindo de forma muito míope do ponto de vista dele. E enquanto eu tentava adaptar o filme, estava achando cada vez mais difícil porque ele não podia compartilhar comigo nenhum detalhe sobre as mulheres, e eu sabia que não queria um filme que fosse míope, apenas do ponto de vista dele.
Um dia reli e vi um pequeno detalhe: ele havia visitado uma trabalhadora sexual no meu aniversário, pensei: “oh”. Assim me dei conta que poderia trazer uma perspectiva completamente diferente, de nós dois sendo amantes, coexistindo em uma pequena casa, com eu seguindo o caminho socialmente sancionado e aceitável de namorar para encontrar amor e conexão, e ele sendo um cartunista tímido, introvertido, sem habilidade para flertar nem desejo de ter um relacionamento. Chester e eu éramos... ele é minha família. Eu o conheço por quase toda a minha vida. Ele foi, tipo, um relacionamento formativo na minha vida quando eu era jovem, e, sabe, nosso relacionamento, como muitos, parou de ser sexual, mas éramos a família um do outro. A ideia de rompimento que se aplica à maioria dos relacionamentos não se aplicava a nós. Era um conceito completamente alienígena. A princípio, quando nosso relacionamento começou a se tornar menos sexual, pensamos: “Vamos abrir o relacionamento?”. Pensei que poderia lidar com múltiplos amantes, mas logo percebi que havia muitas necessidades a serem atendidas e que eu era muito mais monogâmica do que pensava. Ele foi celibatário por um longo tempo antes de começar a considerar a opção de pagar por sexo. E lá estava ele, seguindo esse caminho. E pensei: “Ok, vou apenas reforçar isso e trazer uma tonelada de outros elementos que não estão em sua graphic novel”. Da minha perspectiva como amigos e família estendida tentando navegar por esse curso desafiador para ambos. E isso se tornou a chave para desbloquear a história e como eu poderia contá-la.
Foto: Divulgação
Aianne: A forma como esse filme retrata as trabalhadoras do sexo é algo que eu nunca tinha visto antes. Especialmente no olhar feminino sobre o tema, o que se destaca na personagem de Andrea. Ela é sensual, mas não remete a algo ruim e pecaminoso, estamos acostumados a pensar nas trabalhadoras do sexo desta certa forma. Como foi construir essas personagens? Digo, qual o processo de acrescentar a perspectiva feminina e retratar a questão do trabalho, do caráter dessa profissão sem colocá-las em julgamento?
Andrea Werhun: Essa detração das trabalhadoras do sexo é o padrão na maioria das representações delas no cinema. Eu acho que foi realmente importante trazer um toque humano para o personagem. Sabe, um calor humano, que é relevante para a experiência de humanidade de cada trabalhadora do sexo. Todos nós trazemos nosso próprio calor e nossas questões para nossos trabalhos, não importa quais sejam. E eu acho que o que é inovador neste filme, no que diz respeito à sua representação do trabalho sexual, e especialmente sendo uma adaptação das memórias de um cliente. A forma como Chester retrata as trabalhadoras do sexo, na capacidade anônima, perde um pouco do calor desses personagens porque eles foram despojados de suas identidades – como uma forma de proteger essas identidades, claro. Mas eu acho que o que este filme, ao subtrair o anonimato e trazer seres humanos para a tela, traz o calor que vem com isso. Mas também o que vemos na tela é a monotonia do trabalho sexual, o tédio do trabalho sexual, o aspecto de trabalho mesmo. A rotina do trabalho. E nem sequer damos às trabalhadoras do sexo no cinema a oportunidade de serem apenas trabalhadoras entediadas em seus empregos. Então, acho que, por esse motivo, essa é uma excelente contribuição ao gênero de filmes sobre trabalhadoras do sexo.
Sook-Yin: Que realmente está em sua fase inicial. Estamos apenas começando aqui, com "Paying For It". Estou ansiosa para ver esse gênero crescer e evoluir.
Havia muitos detalhes e pistas inseridos na graphic novel de Chester, como até a escolha de manter as coisas sem nunca entrar na cama, muitas vezes ele mantém tudo do outro lado da sala, com planos muito abertos. Então, eu sabia que não seria algo excessivamente sexualizado ou para excitação. Era realmente algo muito normal, explorando apenas planos abertos.
Acho que a coisa radical com essa contribuição para a forma é que a nudez frontal total, se você olhar bem, é toda masculina. Sim. É só masculina. É só Chester. Já vimos mulheres assim mil vezes, mas aqui não. E muitas vezes é apenas ele acordando, coçando suas bolas, e atravessando o quarto. Sabe, hoje em dia vemos mais nudez frontal masculina, mas também é falsa. Como, em séries de TV como "Euphoria", há nudez frontal, mas o público não sabe que todos esses atores têm próteses perfeitas. Elas não são reais. Foram moldadas para parecerem perfeitas. Com Dan Garde, que fez o personagem Chester, poucas pessoas estavam dispostas a fazer isso, e Dan foi tipo, “me inscreva”.
E acho que estou notando um ressurgimento e muitas contribuições realmente interessantes sobre o trabalho sexual nos filmes, mas acho que mesmo em coisas como... como se chama? “Poor Things”? É isso? Sim. “Poor Things”. Quero dizer, é, de certa forma, um filme de fantasia e a personagem que Emma interpreta é uma versão mais empoderadora ou menos julgadora, mas todos os "Johns" são horríveis!
Andrea: Se me permite, adorei “Poor Things” e achei totalmente realista! E se “Johns” são horríveis? Bem…
Sook-Yin: Quero dizer, eu conversei com minha amiga, que também é trabalhadora do sexo, e ela disse: “Eu adorei esse filme”. E eu disse: “Mas os ‘Johns’ eram tão horríveis”. E ela respondeu: “Mas todos os homens eram horríveis nesse filme”. E eu: “Isso é verdade”. (Risos)
Aianne: O filme que sempre me vinha à mente enquanto eu assistia foi "Uma Linda Mulher" e como são obras diferentes – porque, mesmo que Julia Roberts seja a personagem principal e devêssemos amá-la e nos apaixonar por ela, ainda há algo sujo, e ela ainda é submissa a ele. Em "Paying For It", não vemos nada disso. Fiquei pensando nesses dois filmes o tempo todo, e, tipo, é o mesmo trabalho, mas de perspectivas diferentes, com o personagem de Richard Gere no centro, agora como Chester.
Sook-Yin: Sim, Chester e eu estávamos conversando, e ele disse que está muito feliz em ver este filme como um exemplo de pessoas e trabalhadoras do sexo que podem continuar seu trabalho, ter vidas plenas e ricas, e também não é trágic, sabe? Muitas vezes, em filmes queer, é uma tragédia ou algo que acaba de forma terrível. Mas, neste caso, todos podem seguir em frente.
Andrea: Acho que a principal diferença entre "Paying For It" e "Uma Linda Mulher" é que Chester Brown não é um cavaleiro branco que vem para salvar a trabalhadora do sexo. Ele não é Richard Gere, que está tentando tirar Denise do trabalho sexual. Ele está, na verdade, tentando mantê-la no trabalho sexual. (Risos) Apenas deixar ela ser quem é!. Quero dizer, há meio que um elemento de cavaleiro branco nisso, acho, com uma análise mais profunda. Mas eles não estão tentando se salvar. E ele não está tentando salvá-la. Ele não está tentando resgatá-la ou algo assim. Ela parece chegar a essa decisão por conta própria, de que vale a pena continuar um relacionamento com ele, onde ela recebe dinheiro dele regularmente para sexo.
Sook-Yini: E, tipo, ele ainda está com Denise. Nosso relacionamento durou um ano. Eu nunca consegui passar dos 4 anos. Eles estão juntos há mais de 20 anos.
Aianne: Emily, como foi interpretar a diretora do seu filme? Porque agora que eu conheço a Sook-Yin, consigo ver algumas semelhanças, mas não é bem como se você tivesse copiado também os maneirismos dela. Consigo ver como você se inspirou no jeito dela de ser, mas não a imitou. Como foi construir essa personagem?
Emily: Bem, Sook-Yin é uma pessoa muito excêntrica e muito criativa. E acho que uma grande diferença entre Sook-Yin e eu é que eu sou muito interna, enquanto Sook-Yin é muito externa, e eu também sou uma pessoa meditativa, enquanto Sook-Yin é um pouco mais impulsiva. Então, definitivamente tive que sair da minha zona de conforto para interpretá-la, mas também vi muito de mim mesma nela, especialmente na era em que "Paying For It" se passa. É uma pessoa jovem e alternativa na cena, e me relacionei com isso no sentido de que me sinto mais alternativa, em vez de alguém que é mais, digamos, convencional. E eu também me relaciono com a experiência de me mudar para uma cidade grande e explorar a cena musical, e ter todas essas novas e empolgantes oportunidades surgindo, e conhecer todas essas novas pessoas legais. Então, foi divertido interpretar e explorar isso através da lente de Sook-Yin.
E também, porque é tão pessoal para Sook-Yin. Sunny é literalmente uma versão ficcional dela, muito disso vem da vida real de Sook-Yin. Então, sempre que eu precisava me aprofundar e me conectar, eu apenas ia até Sook-Yin, nos abraçávamos, e eu chegava lá, especialmente nos momentos onde havia mais pessoas. Foi muito bom ter a pessoa que eu estava interpretando me dirigindo, mas também estando lá para mim e garantindo que estávamos alcançando o que precisávamos.
Aianne: Sook-Yin, já se passaram 28 anos desde que vocês terminaram, certo? Como o tempo mudou sua perspectiva sobre essa história?
Sook-Yin: Oh, nossa. Essa é uma pergunta interessante. Bem, acho que provavelmente, com o tempo, vem a capacidade de me distanciar da história e vê-la como uma história. Se eu estivesse muito próxima dela, eu teria mantido tudo e teria sido um filme de 4 horas. Acho que, no momento em que isso estava acontecendo – e vemos isso no filme – eu estava apavorada quando ele me disse que tinha visto uma trabalhadora do sexo. Eu fiquei com ciúmes e estava tentando parecer legal porque eu deveria ficar tranquila sobre tudo, mas eu estava com ciúmes. Eu estava chateada. Eu não sabia o que isso implicaria, e me lembro de ter que atravessar essa resposta inicial muito emocional, e então, ver e trabalhar através do Chester para ver qual era a realidade disso.
Desde então, também fiz o filme "Short Bus", um filme americano. É um filme queer que envolve sexo real, para contar a narrativa. E foi um filme que, novamente, foi contado de uma perspectiva extremamente humanista. E também conhecendo a Andrea, e a Andrea trazendo uma riqueza de entendimento e percepção.
Outra coisa que foi super legal é que fizemos esse filme com muito pouco dinheiro. Não tínhamos muito dinheiro. Filmamos na minha casa, onde os eventos reais aconteceram. Eu chamei meu vizinho do outro lado da cerca e perguntei se poderíamos usar o videoclipe dele. Eu liguei para vizinhos e lojas no meu bairro, que nos deram seus lugares.
A Andrea foi uma escolha natural. Ela é cineasta. Ela é inteligente. Ela é brilhante, e tem uma longa história com Chester como colaboradora e colega. Chester apareceu no curta dela, "Modern Horror", e fez o pôster gráfico. Então, essas conexões pessoais foram realmente fundamentais.
E ao encontrar os protagonistas, Emily e Dan, eu literalmente tive que ver muitas pessoas, e como a Emily disse, ela foi a única com um conhecimento real e inato da cultura alternativa porque ela vive isso. E Dan foi uma das duas pessoas que conseguiram incorporar o personagem com lógica e percepção. Então, sabe, as mesmas falas ditas por outro ator que não entendia pareceriam vazias e horríveis.
Então, tive muita sorte de encontrar os protagonistas. E a Andrea simplesmente me deixou impressionada, sabe. E ambas, vocês duas, simplesmente me impressionaram.
Foto: The Globe and Mail
Aianne: Última pergunta: Se e como a perspectiva de vocês sobre amor, relacionamento e sexo mudou durante esses filmes e como vocês querem que o público se sinta após assisti-los?
Emily: Acho que o filme é como um portal para outras formas diferentes e não convencionais de explorar a intimidade. Acho que muitas vezes as pessoas recorrem apenas aos modelos convencionais que nos foram mostrados e que vimos crescer. Então, é como sair da norma e não ter tanto medo de algo diferente. Acho que é simplesmente encontrar a libertação nisso e um pouco de liberdade.
Andrea: Eu diria que espero que este filme inspire mais clientes a contar suas histórias, porque as trabalhadoras do sexo muitas vezes são esperadas a colocar suas vidas e reputações em risco para contar suas próprias histórias e ajudar a desestigmatizar o trabalho. Mas raramente você vê os homens que se envolvem em nosso trabalho e pagam por ele terem a coragem de realmente falar sobre os benefícios que obtêm ao pagar por sexo. E, por isso, acho que o que Chester fez ao contar sua história é incrivelmente corajoso, e espero que isso inspire outras pessoas a se arriscarem e nos apoiarem na nossa luta por direitos iguais e descriminalização.
Sook-Yin: Sim. Estou feliz que possamos ver exemplos de normas sociais desafiadas que são comoventes e difíceis, e pessoas se conectando e sendo tocadas pelo que veem. Espero que as pessoas possam se relacionar com o material.
Eu adoraria ver mais representações de sexo dentro da indústria por pessoas que pagam por sexo e, sabe, é uma grande variedade, incluindo idosos, pessoas com deficiência, perspectivas culturais, das pessoas que pagam por sexo. É como se fosse uma visão inexplorada da humanidade. Sim. Para mim, é algo muito incomum, eu me sinto da mesma maneira que me senti depois que fiz Short Bus, e este foi um longo processo para mim ao fazer Paying For It. Estou muito orgulhosa de todas as conexões e estou muito orgulhosa, amo muito o Chester.
Ele é um amigo tão querido e minha família, e estou tão orgulhosa dos relacionamentos que são refletidos neste filme. Mas, a nível pessoal, percebo que acabo me voltando mais para algo interno. É como se eu não estivesse realmente procurando me conectar com ninguém. Estou procurando me conectar comigo mesma. Na verdade, sinto que estou precisando de mais espaço sozinha. E isso é algo estranho.
Comments