Franquia luta para se provar relevante repetindo erros e acertos
Foto: divulgação
Com uma história que se passa entre os dois primeiros longas, Jogos Mortais X mostra um John Kramer / Jigsaw preocupado com sua saúde. Quando havia perdido suas esperanças um colega da terapia de grupo sugere um tratamento alternativo ele entra em contato e se inscreve no programa. Ao perceber que nada era o que aparentava ser, Kramer resolve usar mais uma vez usar seus artifícios e fazer justiça com as próprias mãos.
Uma franquia que chega ao seu décimo produto se confia em pelo menos dois fatores para continuar existindo: fórmula e público. E Jogos Mortais tem os dois muito bem definidos. Desde o sucesso do primeiro filme de James Wan em 2004 que a série de longas-metragens se tornou bastante cultuada no mundo todo pelos fãs do gênero que amam ver sangue jorrando das formas mais criativas possível. E depois de dar rosto, motivação, início e fim à lúdica mente por trás das absurdas motivações, o décimo longa chega como um flashback para fazer o que sabe de melhor, requentar sua fórmula e agradar seus fiéis espectadores.
O primeiro ato é onde a produção se distingue das anteriores. Mais sóbria, focada em diálogos e sem apelos visuais carniceiros, ele busca carga emocional que conduza as ações dos atos seguintes e que justifique os roteiros do segundo filme em diante. Mas até mesmo essa parte inicial é carregada de vícios em sua execução, vícios esses que, honestamente, até ajudam a construir a ambientação temporal da história; ele se assemelha bem às produções hollywoodianas do início dos anos 2000 – inclusive videoclipes musicais – com o uso de filtros azulados para momentos mais introspectivos, filtros amarelados para cenas no México e filtros vermelhos nos pontos de tensão atenuada.
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Daí pra frente é exatamente o que se espera de uma gama de filmes que chegou sua décima edição – dadas a suas devidas proporções. Aqui no caso, é muito sangue, muita tortura, muita câmera frenética e algumas reviravoltas que deveriam chocar, mas que a essa altura do campeonato onde já se viu de um tudo não têm tanto impacto (ainda mais quando se sabe o exato futuro das tramas dos personagens já conhecidos). Quanto aos novos personagens, vamos ser sinceros, quem se importa? Uma vez que se sabe que eles vão morrer aqui ou alhures eventualmente, o que atrai a atenção (infelizmente) é ver como isso vai acontecer.
Depois de um spin-off – Espiral: O Legado de Jogos Mortais (2021) – interessante e até inventivo em se tratando dos moldes já citados, esse traz de volta todo o espalhafato que a audiência estava acostumada e, mais uma vez, vai agradar a quem já gosta e ser indiferente para quem já superou.
Nota: 3/5
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