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  • Foto do escritorGabriel Sousa

Crítica | Os Fabelmans (TIFF 22)

Spielberg acerta mais uma vez ao mostrar um íntimo retrato de sua infância.

Courtesy of TIFF


Não é de hoje que diretores veem suas infâncias como uma inspiração a uma de suas películas. Recentemente, tivemos dois grandes acertos, 'Roma' e ‘Dor e Glória’, e até filmes divisivos como 'Belfast' e ‘A Mão de Deus’. Durante a pandemia, um dos grandes diretores da sétima arte decidiu que, enquanto se encontrava trancado com seus familiares, iria desenvolver o filme que sempre quis fazer. E assim nasce oficialmente ‘The Fabelmens', filme semi-biográfico baseado na vida de Steven Spielberg.


Desde o primeiro momento do filme, Spielberg mostra que esta história não é só sobre ele, e sim seu amor por ele. Começando com a primeira experiência de Sammy Fabelman (Gabriel LaBelle) no cinema, o provocando a tentar recriar o que foi visto na tela, até anos depois, quando Sammy junta todos os amigos para fazer seus longas. Através dos filmes criados pelo personagem, ele sonda a genialidade do diretor,. Mas a real magia dessas sequências é a simplicidade, que enquanto mostram imagens de alta qualidade que não geram uma grande diferença ao público comparado ao real filme, conseguem fazer o espectador comprar a história que um adolescente está produzindo os filmes em questão.

Courtesy of TIFF


Junto a Labelle, estão Paul Dano e Michelle Williams, interpretando os pais de Sammy, e Seth Rogen, que dá vida a um amigo do casal, além das participações especiais feitas por David Lynch e Judd Hirsch. Enquanto Dano entrega um personagem recorrente em filmes, o pai que duvida do talento do protagonista, Williams brilha como a mãe, que, apesar de fazer tudo pelos seus filhos, também lida com seus próprios problemas e dilemas. Rogen mostra um novo lado dele, e mesmo tendo momentos cômicos, consegue entregar uma performance que não necessita de risadas para ser lembrada. No entanto, quem rouba a cena, mesmo com poucos minutos de tela, são as duas participações especiais, que conseguem não somente guiar o protagonista a um novo rumo, mas também trazer novos elementos à narrativa.


Este é mais uma das muitas colaborações de Spielberg com Tony Kushner no roteiro, time que recentemente trouxe a nova e aclamada versão de ‘Amor, Sublime Amor’ às telonas. Descrito como um processo de terapia pelo diretor, é visível como ele tem um carinho especial por todos os personagens, mas não teme mostrar em nenhum momento a real, triste e pesada realidade que o filme se encontra, um lugar com anti-semitismo e problemas familiares.

Courtesy of TIFF


Mais uma vez, Steven Spielberg prova que não devemos duvidar de sua capacidade, e constrói uma apaixonante e inspiradora versão de sua adolescência. Além de contar com incríveis atuações, o filme vem com visuais magníficos, que maravilham o espectador enquanto o transporta ao período temporal. 'The Fablemens' foi a escolha certa feita pelo diretor, que continua provando que se depender de sua criatividade e entusiasmo sua carreira está longe de acabar.


Nota: 4

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