Photo: Macall Polay/HBO
A cada episódio, fica mais difícil tirar o título de Succession de melhor série da atualidade. É incrível como uma série com 3 temporadas e episódios longos consegue não só manter uma qualidade invejável, mas também se aprimorar cada vez mais. Os episódios dessa temporada tem sido divididos por grandes acontecimentos. Depois da reunião dos acionistas, chegou a vez da família Roy, no topo do seu privilégio, escolher o próximo presidente dos Estados Unidos.
O grande ponto trabalhado brilhantemente foi o perigo da subestimação. Shiv subestima a ascensão de um presidente outsider e fascista na era de Trump e Bolsonaro. Kendall subestima a dificuldade de punir um bilionário. E principalmente, Logan subestima a fúria e a competência de Shiv, que vem sendo constantemente diminuída e manipulada por ele ao longo da temporada. Shiv dá tudo de si, é muito mais assertiva que o Roman e não recebe nem metade do reconhecimento do pai. Por mais que Logan veja certa competência nela e a maltrate por isso, ele nunca trairia sua misoginia dando o braço a torcer por ela. A diferença, é que agora ela sabe disso, o que torna muito provável que o final da temporada seja carregado por ela.
Outro destaque desse episódio foi Tom. O personagem já sabe que vai ser queimado pela família Roy e que seu casamento com Shiv está com os dias contados com sua prisão. Pela primeira vez, ele cogita trocar de time porque não tem o que perder. Por mais que Tom hesite em criar esperança de escapar da cadeia e duvide que Kendall consiga derrubar o pai, a proposta de aliança foi muito tentadora e pode render uma grande reviravolta nos próximos episódios. Talvez a armadilha que Shiv está criando para o pai seja o que falta para que Tom troque de lado e Kendall consiga finalmente derrubar Logan.
Por fim, não posso deixar de citar a menção que Shiv fez da política brasileira. Durante a escolha do presidente, Shiv afirma que tem medo de apoiar o candidato fascista e favorito de Roman e os EUA virar uma “put4ri4 russa, berlusconiana e brasileira”. Pelo visto, não é mais o futebol e o samba que representam o Brasil atualmente no exterior. Já podemos dar a carteira de comunista para Shiv?
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