Comédia água com açúcar da Netflix é carismática, mas não sai do básico
Fonte: divulgação
A Netflix, sem dúvidas, é um dos streamings que mais investe na produção de filmes e séries para adolescentes. Em sua grande maioria, essas produções são frutos de adaptações literárias já bastante conhecidas entre o seu público-alvo. Às vezes dá certo (como a excelente trilogia do longa Para Todos os Garotos que já Amei) ou às vezes dá muito errado (como o terrível Através da Minha Janela). A aposta deste mês de setembro para a Netflix é o filme À Primeira Vista, baseado no livro A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista, da americana Jennifer E. Smith.
Este não é o primeiro livro da autora a ser adaptado para filme na Netflix. Em 2022, o morno Olá, Adeus e Tudo Mais não fez jus à qualidade do produto literário, mas entrega um filme satisfatório e assistível. À Primeira Vista, no entanto, é bem melhor que essa primeira adaptação e mesmo entregando uma história bem água com açúcar consegue transmitir a mensagem e um pouco do sentimento do livro graças a uma dupla de protagonistas bem charmosa e encantadora.
Na história do filme (e do livro), conhecemos Hadley. Ela acabou de perder o seu voo para Londres por quatro minutos de atraso e agora, presa no aeroporto em Nova York, esperando outra chance de embarcar para o casamento de seu pai com outra mulher, ela conhece Oliver. Um britânico fofo, que se senta a seu lado na viagem. Enquanto conversam sobre tudo, eles provam que o tempo é, sim, muito, muito relativo. Passado em apenas 24 horas, o longa mostra entre encontros e desencontros que, talvez, exista amor à primeira vista.
Como disse anteriormente, muito do filme se sustenta graças aos dois protagonistas, interpretados por Haley Lu Richardson (a Portia de The White Lotus) e Ben Hardy (o Roger Taylor em Bohemian Rhapsody). Os dois jovens são muito talentosos e a química entre eles é algo muito palpável, tornando as cenas de diálogos entre dois algo muito encantador. Dá pra entender o romance que surge ali e faz com que os telespectadores se envolvam nessa história e torçam para o casal ficar junto.
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É interessante também os seus dramas pessoais, mesmo que pouco aproveitados. Hadley precisa lidar com o pai casando com uma mulher que ela não conhece, em uma cidade que ela nunca esteve. Já Oliver está cercado por bastante dor e tristeza, em um retorno para a casa que ele não gostaria de fazer de jeito nenhum. As duas famílias e os dois planos de fundo desses jovens são núcleos agradáveis e tornam a história mais densa.
Dirigido por Vanessa Caswill, À Primeira Vista tem boa fotografia e uma excelente trilha sonora. Há uma boa ideia em inserir Jameela Jamil como uma narradora presente em determinados momentos da história, porém, isso se torna extremamente cansativo do meio para o final do filme, tornando-se algo muito irritante e uma das coisas mais chatas do longa.
À Primeira Vista não é inovador e nem se propõe a ser nada disso. É uma boa comédia romântica que vai fazer bastante sentido para o seu público-alvo e que deve arrancar alguns suspiros do telespectador, mas, deve passar batido dentre as milhares já existentes na Netflix que se tornam esquecíveis com o passar do tempo.
Nota: 3/5
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